O texto de Diogo Mainardi da VEJA edição 2053, vai trazer-lhe uma enxurrada de emails, e o meu será de apoio; quem sabe um dos únicos.
A característica mais marcante de Diogo é a acidez com que trata assuntos polêmicos, tal como nosso estômago quando está em pleno trabalho de digestão. Diogo é nosso ácido clorídrico, o jornalista que separa a proteína da gordura, e assim como todo o fim do processo digestivo, parte vai para o sangue, enquanto o resto vira cocô. Eu prefiro o que vai para o sangue, a parte construtiva do processo de quebra, de separação, de análise.
Ele diz que gosta do império, neste caso o americano. Não concordo com ele 100%, mas infelizmente nosso grau de evolução como seres humanos, nos obriga a termos algum tipo de cabresto, de regulação, de normativas de conduta, sejam elas sociais, econômicas ou religiosas. Estamos mais seguros agora, que só os EUA tem poder ilimitado, do que antes, quando a URSS também o tinha.
Em toda a história da humanidade, sempre houve um povo que dominou outro, que impôs novas leis, novas regras. É dramático, mas necessitamos dos EUA para que potências nucleares e/ou militares, com conotação religiosa forte, não se assanhem em querer transformar o mundo numa gigante mesquita, com todas as mulheres usando burka ou sofrendo com uma cirurgia para extirpar o clitóris. Isso mesmo mulheres de nosso querido mundo ocidental, vocês têm que agradecer que há um EUA tão forte para barrar esses loucos ditadores, sejam eles iranianos, norte coreanos ou venezuelanos. Esse é o preço para podermos usar a roupa que queremos, viajar quando desejarmos e casar-nos com quem amamos. É duro, mas é inevitável. Os EUA são um mal necessário.
Sempre houve uma potência que trilhou os caminhos da humanidade, fosse ela Roma, Espanha, Inglaterra ou EUA. A grande diferença entre os EUA de agora e a Inglaterra do passado é a tecnologia da informação, do poderio destrutivo das armas e da internet. Fora isso, não há diferença entre esse dois países.
Você acha que a Espanha acabou com os Maias e Astecas por nada? Eles queriam que os tais "índios" virassem católicos, que Jesus fosse o ícone religioso deles. Essa foi a desculpa deles, a de Bush foi Saddam Hussein. Claro que o ouro dos Maias e Astecas foi mais importante que Jesus, mas de qualquer forma os espanhóis do século XVI eram tão insanos quanto George Bush. Não havia nenhum tipo de humanidade quanto ao trato com os povos recém conquistados. Matava-se para mostrar quem mandava.
No caso dos americanos, eles não conseguem entender que o Iraque ou qualquer país muçulmano e quase todos os árabes, não sabem e nem querem saber o que é democracia. A democracia tem que ser conquistada pelo povo para que seja digna. A democracia vem do povo e deve ser obtida, nunca imposta. Muçulmanos só sabem ser governados por ditadores, tal como todos os atuais. Democracia será o próximo passo deles...mas quando será?????
Essas culturas ou povos necessitam de um imperador, ou rei, algo que seja intocável, quase um Deus. Os ingleses tentaram fazer o mesmo com a África e deu no que deu. Um monte de países com milhares de tribos que obedecem somente ao seu rei local, ao seu dirigente tribal. Danem-se as leis dos brancos. É como querer convencer a todos os torcedores de times brasileiros a torcerem somente pelo Real Madrid ou Milan. Não há como fazê-lo. Todo torcedor de futebol é um homem-bomba disposto a morrer pelo time, porém nunca pelo seu país!!!!! Viu como a insanidade tá pertinho de você? Se não, grite Palmeiras, no meio da torcida do São Paulo!!!!
Impérios serão necessários por muito tempo ainda, sejam eles políticos, econômicos ou religiosos, até que chegue o dia em que nossa humanidade, toda ela, se converta em algo como os primeiros loucos anarquistas da guerra civil espanhola, que no ideal de igualdade e fraternidade lutaram para a extinção de qualquer tipo de governo, fosse ele de direita, ou de esquerda, católico ou muçulmano, proletário ou burguês. Os anarquistas nasceram na época errada, muitos séculos antes de estarmos preparados para tal. Somos crianças evoluindo socialmente, portanto ainda vamos cometer muitos erros, inclusive votar no Lula duas vezes!!!!
Aprendamos com os erros e nada de criticar quem mostra nossas mazelas, nosso lado podre, vagal, corrupto. Somente os adultos muito bem resolvidos são capazes de ouvir críticas e tirar proveito delas. Por essa razão prefiro ficar com a parte nobre do texto de Maindardi, com as proteínas e ácidos graxos, com os lipídios e sacarídeos, e não com o cocô que somente nos faz virar o rosto e olhar com indiferença para algo tão mal cheiroso e nojento.