PRA SER FELIZ

Sempre é tempo de viver as coisas da vida, na sua maior intensidade. A busca da felicidade, da plenitude deve ser uma constante em nós. As amarguras, as intempéries, os imprevistos, tudo contribui para que abdiquemos de nosso direito à realização. Poucas vezes nos olhamos no espelho e nos dirigimos a pergunta: eu sou feliz? Se o fazemos, no máximo, respondemos: eu estou feliz. Mas estar é diferente de ser. E este sentimento, este estado de graça deve ser total, nunca pela metade, e conquistado a cada instante, nos mínimos detalhes, nos menores atos do dia-a-dia.

E, quando nos preocupamos conosco, esquecemo-nos dos outros. Quantas vezes perguntamos aos outros se eles são felizes? Hoje, neste instante, eu te pergunto: você se considera uma pessoa feliz?

Você pode tangenciar e perguntar: mas o que é mesmo a felicidade? Felicidade é dedicar-se a si e ao outro: colega, irmão, cônjuge, filhos... É estar feliz no trabalho.

O trabalho. Ah, o trabalho... Quantas vezes nos dedicamos totalmente a ele, justificando assim o fato de não chegarmos em casa a tempo de dar um beijo de boa noite em nossos filhos, de perguntar a eles como foram na escola, no seu dia! Ou, se temos o tempo, falta-nos a disposição. Traçamos nossa vida de forma reta, almejando sempre o melhor para eles, e, em nome desse projeto, que não pode ser alterado, mergulhamos integralmente no trabalho, esquecendo-nos de um tempo para cuidar do nosso e do seu espírito.

Observamos nosso sucesso a partir do alcance, ou não, das metas traçadas. Mas essas metas incluem comer a comida de que gostamos, ler um bom livro, assistir a um bom filme, a um teatro? Nossas metas prevêem desvios? Incluem ouvir o outro? Nunca nos damos tempo de perder tempo. Perder tempo com um telefonema para um amigo. Perder tempo com uma simples roda de amigos, para jogar conversa fora. Perder tempo questionando o uso de nosso tempo. “Tempo, tempo, tempo, compositor de destinos”, como disse Caetano.

É sempre bom planejar. Mas isto deve ser feito ouvindo o que ou quem está a nossa volta. É essencial que o nosso projeto sempre vise ao nosso bem-estar. Ao estar bem. Conosco e com o outro. Que almejemos fazer do tempo um aliado, e não um algoz. Precisamos deixar o tempo compor nosso destino, mas de uma forma acordada, e não imposta. Todo dia, toda hora. Mas isto deve ser feito imediatamente, sem protelar, pois o dia pode ser o último. Se não o nosso, mas o último ao lado daqueles a quem amamos. E aí já não haverá mais tempo. Tempo para dizer ao outro “eu te amo”, “você é especial”.

Que bom que você hoje encontrou um tempo para me ouvir. Para se ouvir. Para refletir. Para ser bom. Como disse Khaled Hosseini, “há um jeito de ser bom de novo”.

Viva intensamente este dia. Faça de cada dia o seu dia.

Pabinha
Enviado por Pabinha em 26/02/2008
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