Amigos importunos na contramão da história

Dizer que Jesus anda na contramão da história, muitos já disseram, resta acrescentar que ele, Jesus, gosta de amigos importunos. É verdade!

Mas quem gosta de ser importunado?

Entre os humanos, provavelmente, ninguém. Mas Jesus gosta. Ele mesmo afirmou isso ao propor a parábola do juiz iníquo. “Um juiz que não temia a Deus, nem respeitava pessoa alguma... uma viúva , porém, vinha com muita freqüência à sua presença para dizer-lhe: ‘faça justiça contra meu inimigo’... Ele porém, por muito tempo não o quis fazer... Por fim, refletiu:

‘Vou fazer o que me pede essa viúva, porque me importuna muito...vou fazer-lhe justiça, senão ela não cessará de me molestar’. Por acaso não faria Deus justiça aos escolhidos, que estão clamando por ele dia e noite?“(Lc 18,1-7)

Portanto, não tenhas medo de ser insistente, de ser perseverante na oração, nem que seja pedindo sempre a mesma coisa. Num desses momentos de insistência, quem sabe, serás atendido! A repetição da oração não deságua na intolerância da multiplicação de palavras, (M 6,7), mas, conduz à oração persistente do “amigo importuno” que recebe tudo que precisa por causa de sua insistência. (Catecismo da Igreja Católica)

Vemos ainda outro exemplo semelhante, na narração de Lucas...”se um amigo for procurá-lo à meia noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois recebi uma visita em minha casa e não tenho nada a lhe oferecer. O amigo certamente lhe dirá: Já é tarde, estou descansando porque amanhã terei um dia de árduo de trabalho... mas se continuares clamando a ajuda do amigo, se ele não se levantar para te dar os pães por ser teu amigo, certamente, por causa da importunação se levantará e te dará quantos pães necessitares...” ((Lc 11,5-10).

LIMA, Adalberto Antônio. A Luz do Mundo