AMORA, UMA CADELA ADORÁVEL

Além dos familiares, mora em minha casa um animal por quem tenho um grande carinho. É a Amora, uma cadela da raça “boiadeiro australiano”, também apelidada de "blue heeler" ou "red heeler". Mansa, inofensiva e companheira. Dificilmente ela late, preferindo o silêncio. Uma meiguice de animal. Pertence a meu filho Marcelo.

De manhã, quando vou a meu quintal, ela, quase sempre , vem correndo me ‘cumprimentar’. Às vezes, deitadinha, com muita preguiça, em algum canto, nem levanta a cabeça, mas seus olhos brilhantes fitam os meus. Fica esperando que eu lhe faça um carinho, coçando sua barriga ou alisando suas orelhas. Outras vezes, ela sai correndo, busca sua bolinha e parece me dizer: “Vamos brincar?” Tenho que jogar a bolinha para cima e, dando um pulo extraordinário, ela agarra com os dentes e vem correndo me devolver. Empurrando-a, de novo, junto a meus pés, dá a entender que devo repetir a brincadeira. Se eu der confiança, ficamos horas e horas jogando. É a melhor diversão para ela. E por que não dizer para mim também?

A verdadeira finalidade deste texto é compartilhar com você, meu leitor, o sentimento que eu tenho por este animal, e a afeição que a Amora tem para comigo. Ao cumprimentá-la, de manhãzinha, me olha com afeto, parecendo querer me dizer alguma coisa. Quem sabe dizer que me ama? Acho que nem precisa porque ela, só pelo jeito de me olhar, já transmite uma mensagem. É uma energia tão boa, sincera, que fico, deveras, muito feliz.

Certo dia, ao acariciá-la, apertei com força sua barriga. Acho que doeu, por que ela, além de grunhir, deu a entender que, para se defender, ia me morder. Mas não. Não mordeu. Olhou para mim e quem sabe quisera dizer : “Foi mal”. Não doeu tanto e não queria me atacar. Levantou-se rapidamente, pulou em direção de meu colo e lambeu minhas mãos.

A cada dia que passa, meu coração fica mais encantado com a Amora. Fiz uma amizade com ela tão grande... tão grande... que, quando não vou ao quintal para vê-la, sinto que estou me esquecendo de alguma coisa.

Ah, um pensamento tolo, mas eu, de vez em quando, deitado em minha cama, quando vou dormir, fico pensando como ela se sente, à noite, sozinha, sem companhia alguma, dormindo em um cantinho de meu terreiro. O que passa em sua cabeça? Não tem medo de nada? Dorme a noite inteira? Assim também não, penso eu, os bichos são independentes, corajosos. Não têm medo. Sei que os animais foram criados por um Deus bondoso e amável e, portanto, eles também são bons, amados e valiosos, já que fazem parte da obra divina.

LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA
Enviado por LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA em 04/05/2024
Reeditado em 07/05/2024
Código do texto: T8056250
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