O que mais nós resta?

Com sua casca externa já com estrias verdes nas partes jovem posso ver fissuras com descamação cobrindo juras de amor. Com certeza não é nosso pelo tempo, mas de alguém que sentiu o mesmo que sentimos naquela tarde de domingo iluminado. Andando por debaixo das suas galhas pé de figueira estou pisando nas coloridas flores que forram como um tapete embelezando o cenário, e recordo que a muitos anos atrás um rapazinho no auge de sua juventude galanteava uma guria ou xavecava como queiras, mal sabia ele que como você vivemos muitas estações e as sementes viram flores, frutos, mudas ou homens, quando adultos bateram asas e foram fazer ninhos em outro lugar. Hoje como premio retorno nesse cantinho onde tudo começo e espero que depois de ter passado o bastão o que mais me resta?