ZELAI QUE É VOSSO

Francisco de Paula Melo Aguiar

A cultura é tudo que agente faz de bom ou de ruim.

Tudo que existe naturalmente sem a intervenção humana não é cultura, como por exemplo, a pedra bruta sem polimento.

Isto mesmo, porque a natureza é governada por leis de causa e efeito, já a cultura é uma construção própria dos seres humanos. Assim sendo, a principal diferença entre os animais irracionais e os racionais ou os seres humanos, consiste no tato de que os animais irracionais são seres naturais, os seres humanos ou seres racionais, são seres culturais, que possuem hábitos e desenvolvem diferentes significados e símbolos.

E até porque, "o errado não deixa de ser errado só porque a maioria participa e concorda", segundo nos confessa Liev Tolstói (1828-1910).

E não é diferente o que acontece com o barro, com a areia, com a árvore, com a água, etc, tudo encontrado na natureza.

No momento da fabricação de algum objeto, ai sim tem a ação ou construção ou criação ou invenção humana, o que caracteriza o que chamamos de cultura.

A população sabe muito bem o que é isso, basta chover que a água pede passagem, não encontra passagem porque o meio -ambiente está invadido pelas edificações ou construções de cidades, casas, escolas, praças, lixo, etc. tudo isto é obra do ser humano.

Isto é cultura, criação do ser humano.

Aí vem a lei do retorno pela agressão e/ou modificação do meio-ambiente, diante da falta de obras de infraestrutura e do cuidado do administrador público, eleito pelo voto popular, que em princípio fez promessa e juramento no palanque e no ato de posse que iria cuidar do bem-estar e/ou bem-comum em favor da população, porque quando candidato, era candidato de uns e depois de eleito, é o gestor municipal, estadual e federal de todos.

Tudo isto é mera demagogia e ou utopia.

E até porque, é o povo que paga a conta direta e indiretamente de tudo, inclusive, os salários dos eleitos, da segurança, da educação e inclusive de creches com cara de depósitos de crianças, lazer, esportes, saúde e medicamentos, etc., onde só os mais humildes paga mais caro pelos desgovernos de todas as ideologias plantonistas.

É água com força, dia e noite de terror.

A população perde seus móveis: geladeiras, cadeiras, camas, esperanças de dias melhores, etc, e fica por isso mesmo, porque a água da chuva não tem por onde passar, essa é a cultura dominante aqui e acolá.

Assim sendo, ainda que por analogia, não discordamos do pensamento que: “Hoje, numa época em que se misturam todos os discursos, em que profetas e charlatães usam as mesmas fórmulas com mínimas diferenças, cujo percurso nenhuma pessoa ocupada tem tempo de investigar, num tempo em que as redações dos jornais são constantemente incomodadas por gente que acha que é um gênio, é muito difícil ajuizar do valor de um homem ou de uma ideia. Temos de nos deixar guiar pelo ouvido para podermos perceber se os rumores, os sussurros e o raspar de pés diante da porta da redação são suficientemente fortes para poderem ser admitidos como voz da “polis”, confirme ROBERT MUSIL (Klagenfurt, 6 de Novembro de 1880 — Genebra, 15 de Abril de 1942), escritor austríaco, in “O Homem sem Qualidades” (“Der Mann ohne Eigenschaften”, 1930, 1933, 1943), tradução de João Barrento, Publicações Dom Quixote, 2.ª ed., 2008, vol. 1, capítulo 77, p. 437.

E isto é fato dominante em todas as localidades, com raríssimas exceções.

O que se pode esperar de um trabalhador, que ganha um salário mínimo por mês e tem que trabalhar dezoito dias por mês para comprar uma cesta básica, segundo o Diesse/2024?

Ainda falta água e esgoto, aluguel, remédio, etc.

E lutar contra a infração com força, para puder comprar uma cesta básica mensal para renovar suas forças para trabalhar e manter sua família.

Onde estão os representantes e defensores da população nos poderes constituídos da classe política e/ou não, e que são empregados do povo, uns via o voto popular e outros via concursos públicos que ficam calados e nada fazem por seu patrão que é o povo?

O Brasil é campeão mundial de cobranças de impostos, os mais altos do mundo, por exemplos: celular é cobrado 40% (quarenta por cento); gasolina 62% (sessenta e dois dois por cento); carros 36% (trinta e seis por cento); cesta básica 20% (vinte por cento); e energia elétrica 48% (quarenta e oito por cento), segundo o IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (2024).

Então a gama de produtos e serviços é sentido pela situação da anualidade do salário mínimo do trabalhador que não tem o poder de controlar a infração que come tudo que faz parte da cesta básica mensalmente.

O poder público é intervencionista e comerciante indireto via as outorgas ou concessões de exploração de bens e serviços em todas as áreas, manda em tudo com suas regras e/ou leis, isto é cultura ou pedagogia social do desespero, inclusive cria leis para os outros e ou cidadãos comuns cumprirem, enquanto quem fez criar se acha o "dono" do poder e deixa de dar cumprimento, via as brechas existentes na legislação a começar pelo foro especial.

Os céus são muitos, ex-vi a oração do Pai Nosso, de autoria de Jesus Cristo, porém, a falta de compromisso para com a coisa pública por qualquer órgão e ou pessoa física, que faz funcionar os poderes: executivo, legislativo e judiciário, em todos os níveis, não é obra da natureza e ou de Deus, é obra da criação humana, portanto, é a cultura de cuidar e de não cuidar.

Agora, perguntamos: para que serve a cobrança do IPTU e da taxa de resíduos?

Que imagem fica no imaginário da população que vê seus filhos em idade escolar e de creche sem os devidos cuidados pelo poder público, boiando dentro dos berços suspensos pela água de chuva contaminada que não tem por onde passar porque as bocas de lobos estão entupidas de lixo e lama?

Ressaltamos que enquanto tem água e lama, causando estragos a população, falta água nas torneiras domiciliares.

E a população que fique entregue às baratas, porque, baratas é "cultura", e esse tipo de "cultura" não precisa ser modificada pelos homens de plantão que tem a chave do erário e não lembra das necessidades do povo.

É essa uma grande realidade, nem fede e nem incomoda os donos do poder de plantão, porque não estão sofrendo na pele o que a população está passando e faz tempo.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 17/04/2024
Reeditado em 17/04/2024
Código do texto: T8043474
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