REFLEXÕES SOBRE A OBESIDADE: IMPACTOS E SAÚDE PÚBLICA

Vou começar essa crônica falando um pouco sobre a obesidade no Brasil. Neste país, desde o censo de 2019, a pesquisa feita pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística envolvendo 108 mil domicílios brasileiros demonstrou que 01 em cada 04 pessoas de 18 anos ou mais estava obesa, o que equivale, em números, a 41 milhões de pessoas.

Estar acima do peso é algo que gera desconforto de autoimagem para uns, pois a magreza excessiva incentivada pela indústria da modo como sendo “o padrão aceitável de beleza” tornou-se marca registrada nas passarelas, revistas, outdoors e meios gerais de comunicação. O que gera insegurança e constrangimento quando uma pessoa com sobrepeso e obesa vai, por exemplo, a praia ou as compras de roupas da estação que geralmente não são direcionadas a todos os tamanhos. Infelizmente, para adolescentes que sentem o visual como expressão de identidade faz com que queira ser aceito dentro dos padrões acarretando muita das vezes dietas mirabolantes e transtornos alimentícios como anorexia e bulimia. O próprio corpo torna-se seu pior inimigo. Sendo que nem sempre um indivíduo com sobrepeso ou obeso esteja doente pelo fato de sua massa corpórea ser diminuída e a de tecido gorduroso ser maior que esta, é preciso exames solicitados pelo profissional adequado para tomar ciência de que a gordura realmente lhe faz mal.

Por outro lado, a obesidade é um caso de saúde pública, o jeito que a população brasileira se alimenta condiz com sua realidade corporal, de saúde e de autoimagem. É preciso, quando se tem a certeza de que a má alimentação é o fator preponderante na obesidade que é uma doença que pode levar ao óbito, que as políticas públicas de Atenção Primária à saúde em seus programas específicos de educação levem em consideração que nós somos o que comemos e as consequências chegam devagar, mas chegam e podem ser prevenidas com a atenção necessária pelos profissionais capacitados, e melhor tudo isso pelo SUS – Sistema Único de Saúde!