QUANDO A IDADE NOS OBRIGA A VOLTAR A SER CRIANÇA!

Não sei se o título para esta crônica poderia ser outro melhor ou mais adequado. O certo é que presenciei hoje uma cena em que uma pessoa voltou à condição de criança, não só pelo fato da idade, mas pelo estado frágil de saúde. Estou falando de um ótimo vizinho que, ultimamente está passando por um problema de saúde frágil, pois se encontra sem paladar afinado para comer nada. Só toma algum líquido e por este motivo o seu corpo está se definhando e o impedindo de fazer alguma caminhada como bem que gostaria. E hoje o encontrei na saída do nosso prédio e sentamos um pouco para conversar e aproveitei para lhe "aplicar" algumas "injeções de entusiasmo", mas parece que não consegui injetar nenhuma na veia, ficando apenas como palavras soltas ao vento, pelo menos foi o que pude entender. Ao me despedir ele me pediu um favor de abrir o portão, pois pretendia dar uma volta na rua, o que não achei conveniente e pedi que desistisse desta ideia, pelo menos, por enquanto, pois para isso seria bom fazer acompanhado por alguém. Mas ele insistiu muito. Enquanto isto, fiquei num dilema se iria avisar ou não à sua filha. Mas Deus ouviu a minha prece em forma de dúvida, pois só foi sairmos dois passos fora do portão, eis que a sua filha chegou e falou como se estivesse se referindo a uma criança de três anos: "Ei, aonde pensa que vai?" Na hora ele tentou inutilmente convencê-la que iria dar uma voltinha, pois estava cansado de ficar deitado ou olhando pra televisão. Percebi que esta desculpa ela estava acostumada a ouvir e alegou que a sua irmã estava chegando para levá-lo a um pequeno passeio. Como ele não concordava com nada daquilo e percebendo que aquela conversa iria longe, ao lembrar-me que havia deixado uma panela no fogo, só pediu licença e voltei ao meu apartamento. Que situação delicada!