JAMAIS ESQUECEREI UMA BENFEITORA QUE NEM CONHECI!

Este fato aconteceu há muitos anos, mas me recordo nitidamente como agora . O ano foi 1967. Eu era um seminarista de apenas 17 anos. Estudava no seminário interno na capital do Piauí. Nas férias de julho o meu vigário, Padre Augusto Alves da Rocha, hoje Bispo Benemérito de Floriano, no Piauí, sempre cônscio da minha parca situação financeira, numa viagem que ele fez ao sul do Brasil, mais precisamente São Paulo, ele conheceu uma pessoa muito caridosa que ao saber da minha situação e por intermédio do meu vigário se prontificou a me mandar um auxílio financeiro. Passado o endereço, eis que um belo dia, logo no começo do segundo semestre, recebi um telegrama com o seguinte teor: "RECEBA BANCO DO BRASIL C$ 50.00" Remetente: YOLANDA NERY SOUSA ESTRELA. Ora, naquele tempo, o salário mínimo correspondia ao dobro deste valor. Ou seja, era como se fosse hoje R$700.00 (Setecentos reais). Em síntese: no meu caso como não tinha um centavo no bolso e precisando comprar algum caderno, livro, caneta, um calçado e até uma peça de roupa, aquela quantia foi mais do que suficiente e como eu era menor naquela ocasião, quem sacou o dinheiro no respectivo Banco foi até o motorista do seminário, que, incontinenti, o entregou ao reitor do seminário. Agora alguém me pergunta: e o que você fez com aquela quantia à sua disposição? Pelo que me recordo, sem querer censurar ou criticar aquele reitor, que Deus me perdoe, se ele me entregou a pequena quantia de C$15.00 (quinze cruzeiros) foi muito. Pelo menos eu comprei um chinelo, um caderno, uma caneta e um ingresso para assistir o filme Agonia e Êxtase, sobre a obra de Michelangelo. Rezei muito para aquela benfeitora que jamais a conheci pessoalmente. O Dom Augusto sim. O meu eterno obrigado!

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 25/02/2024
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