CÂMERAS, FAMA E O VAZIO: UMA ANÁLISE DO BBB

Nessa crônica, exploramos os cantos desse reality-show e convidamos a refletir sobre o que realmente importa, para além das lentes eletrônicas. Tenha uma boa leitura!

Numa dessas noites em que o controle remoto parece ter vida própria, acabei parando nos canais mais badalados. Um deles, infelizmente, exibia o tal do BBB - Big Brother Brasil. Aquele programa em que um bando de gente se enfia numa casa, abraça a convivência forçada, e nós ficamos ali, espiando tudo como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

A ideia é simples, pelo que entendi. Um grupo de pessoas decide se isolar do resto do mundo por uns três meses, numa casa que parece ter saído de um filme de ficção científica. Mas o mais curioso é que eles não estão sozinhos. Não mesmo. Câmeras 24 horas por dia, sete dias por semana, estão de olho em cada passo deles. Parece um pouco invasivo, não acha?

Bom, eles competem por um prêmio milionário, mas pelo que percebi, também ganham uma grana toda semana só por estarem lá. Acho que é uma espécie de "cachê da convivência". Agora, quem assiste, continua na mesma, sem nenhum prêmio, a não ser talvez a sensação de estar vendo algo que, segundo dizem, libera dopamina no cérebro. Uma palavra chique para dizer que nos sentimos bem.

Parece que a maioria está lá por fama. Fama, essa coisa que às vezes nos faz esquecer o que realmente importa. E, cá entre nós, mais subcelebridades não são exatamente o que o mundo está precisando, né? Então, acho que é melhor não dar muita audiência para isso.

Lá dentro, a confusão rola solta. Brigas, discussões, bebedeiras – uma verdadeira bagunça! E a vida aqui fora, que já anda meio tumultuada, não precisa de mais confusão, certo? Recomendo que a gente não se vicie nisso.

Tem gente que fica acordada até altas horas da madrugada para ver as festas que acontecem na casa. No dia seguinte, a ressaca emocional parece ser maior que qualquer dor de cabeça. Eu, sinceramente, não sei se vale a pena.

O programa, dizem por aí, não acrescenta nada na vida da gente. Não tem lição de moral, não ensina nada útil. Pode acreditar, tem algo melhor passando na TV ou, se preferir, temos vários canais de streaming hoje em dia. Não custa nada dar uma olhada e escolher algo que realmente valha a pena.

Então, da próxima vez que pensar em apertar o botão do controle remoto, lembre-se: a vida está lá fora, além das câmeras, pronta para ser vivida de verdade.

Ricardo Mamédio (Firefly Lirics)