Os ciclos e as explicações ou as explicações e os ciclos

Aos leitores mais assíduos de Dona Isabele, sejam os do presente ou aqueles que ainda virão, tivemos uma daquelas pausas melodramáticas comuns na vida de todo intelectual- e também dos "aspirantes à". Nesses últimos 2 meses, Dona Isabele esteve adormecida, ao que nos parece reiniciando um novo ciclo.

Pelo que leio, eu e Dona Isabele percebemos que os escritores têm suas fases, seus temas vão mudando, sua escrita amadurecendo e coisas boas vão se sucedendo em seus trabalhos. Sabemos que a escrita é fruto da experiência, então vamos supor que Dona Isabele esteve, nesse período, as adquirindo, vamos inclusive excluir a possibilidade de ocupação. Os escritores sempre funcionam bem quando estão muito ocupados, esse negócio de ócio criativo não combina com o capitalismo e com a hodiernidade. Deixemos de rebeldia.

Eis que estive pensando: esse novo ciclo precisa ser nomeado. Mas, eu percebi que é muito difícil nomear ciclos, deve ser por isso que os autores deixam que os estudiosos e historiadores nomeiem os seus ciclos literários. Muito mais difícil que escrever e fazer conclusões- eu detesto concluir textos- é saber como dar nome às fases da escrita. A primeira nós podemos chamar de início, essa nós vamos chamar de quê? Temos que ser criativos!

Eu havia pensado em palavras que eu gosto e que me parecem sonoras ou fortes. Lascívia. Concomitante. Centurião. Fascínio. Não posso imaginar que algum dia (vamos fingir que Dona Isabele, nesse futuro utópico, seja tão importante quanto Guimarães Rosa) reúnam esses textos e os nomeiem de Concomitante ou Centurião. Não aceito que os chamem de Lascívia, isso nem pensar! Então, sobra Fascínio.

Agora, caros leitores, Fascínio não lembra a vocês algo de ápice? Uma palavra para coisas grandiosas, raras, o ápice da beleza. Não quero acreditar que esse seja o ápice, então não podemos nomear esses textos desse momento literário de Fascínio. É que Dona Isabele ainda não está madura, aprendida, experiente e intelectualmente pronta para estar no ápice, então não podemos dizer que essa é sua fase fascinante.

Viram só? É por isso que as pausas melodramáticas, as nomeações de períodos e todas essas coisas comuns e raras, confusas e insensatas cortam a inspiração dos desatentos e deixam inspirados os mais atentos. Digo, não eu, eu não sofro desses males. Eu estou bem! Dona Isabele que não fica quieta e sempre aparece chafurdando. Agora, como vocês podem ver, ela já se sente pronta pra uma nova fase. Essas novas fases que costumam parir o futuro!