O VIRUS DO CELULAR ATACOU A MINHA DIARISTA, QUE PENA!

Antes de mais nada, antes isto que aquilo, ou seja, menos mal. Mesmo empunhando a todo momento o bendito aparelhinho muito mais que o rodo, a vassoura, a esponja, etc. a diarista que eu contratei, por sinal, no começo, eu podia virar as costas que o serviço fluía de vento em popa, sem nenhuma contestação. Ultimamente, o cenário está diferente. Antes mesmo de interfonar já a vejo de olho no seu aparelhinho, entra, mal cumprimenta e continua com os seus contatos. Finjo que não ligo, afinal ela pode estar se comunicando com a família, falando que havia chegado bem e já ia começar o serviço. Ledo engano da minha parte. Quando percebe que o danadinho descarregou, já o põe logo na tomada e começa a arrumar os quartos. Eu continuo na minha rotina normal, deixando-a a vontade o máximo, como sempre. Conversando um pouco sobre a família, perguntando se vai querer alguma coisa do mercado, pois vou sair um pouco e, finalmente, deixo-a como ela gosta: sozinha. Volto de repente, após uma hora e percebo que ela ainda continua no mesmo quarto, só que em companhia do bendito celular. Percebendo a minha presença, se toca um pouco e pula para o outro quarto. Desta vez ela fecha a porta, o que não precisava em dias normais. Após quase uma hora, com um silêncio augusto de museu, achei até que ela estivesse "dormindo" no serviço. Resolvi chamá-la com outra desculpa de querer saber se estava tudo bem. Talvez com a consciência um pouco pesada, resolve por novamente o tal celular para carregar e resolve dar continuidade ao seu verdadeiro serviço moroso e quase parando. Resolvi lhe dar um toque que na hora do almoço eu gostaria de assistir o jornal e programa de esporte, neste ínterim. Tudo isto para agilizá-la mais.

- Pode deixar, patrão. - respondeu com um pouco de ironia na voz.

Percebendo que iria perder o meu jornal, não esperei que ela chegasse à sala e já fui logo ligando a televisão e procurando almoçar no meu horário rotineiro. E por educação só perguntei:

- Não vai almoçar agora?

- Não. Só depois que terminar aqui. E continuava no segundo quarto que fez dele morada, juntamente com o..(advinha?)

Em síntese: Depois, como sempre, tirei a minha soneca e quando acordei foi que ela resolveu comer um pouco, com o bendito ao lado. Por fim, após arrumar a sala, pulou pra cozinha e a estas alturas o relógio já marcava 17 horas. Como ela não teve hora para chegar, também não tinha hora para sair. O certo ou errado é que, com a noite chegando deu uma apressada na área de serviço e depois deu o seu dia como encerrado. Evidentemente fiz o pagamento e só depois que ela estava longe foi que percebi que a prateleira da cozinha continuava do mesmo jeito, embaixo da pia, idem, no armário também. E o que achei mais ridículo: a pia do banheiro continuava com o cano entupido, sendo que antes dela sair, fiz esta pergunta:

- E aí, tinha muito cabelo no cano da pia do banheiro?

- OH! (Só faltou completar depois desta expressão de espanto: oh, esqueci de desentupir!

Também pudera, sem largar aquele maldito celular, quem vai lembrar! Só que depois desta, irei pensar duas vezes antes de recontratá-la.

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 23/11/2023
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