QUEM QUER VAI, QUEM NÃO QUER....(fica a ver navios)

É impressionante como todo adágio popular traz no seu bojo uma verdade que pode demorar um pouco surgir, mas sempre aparece. Nesta que escolhi para título desta crônica sintetiza aquela situação em que uma pessoa precisa resolver algo, mas por comodismo, preguiça, pessimismo etc. termina postergando tal atitude ou o que é pior, delega este objetivo a outrem. Resultado: além de demorar mais, gastar mais, muitas vezes, termina até sendo ludibriado, passado para trás e o resultado é ficar sem nada. Perdeu muita coisa à toa. Quando, ao contrário, esquece qualquer dificuldade e levanta a bunda da cadeira, já que não tem dificuldade de locomoção e vai atrás do que precisa, pode até demorar um pouco, mas consegue. Exemplo?

Um remédio para fortalecer o coração que o meu cardiologista receitou consegui comprar só uma vez, pois custa muito caro. Depois apelei para o processo de manipulação do mesmo, ficando um pouco mais barato. Mas depois, o meu médico falou que podia me dar um laudo (carta) para retirar o mesmo remédio no AME Maria Zélia, por exemplo, um lugar bastante frequentado por milhares de pacientes de todo o Brasil, que precisam de remédio de alto custo, com fornecimento gratuito.

Então, comecei a minha via-crúcis, indo, primeiramente na zona norte (moro na zona leste de São Paulo) para pegar o referido laudo médico. Levei quatro ou cinco horas para isto, mas consegui. No dia seguinte, dei o meu primeiro passo, dirigindo-me ao posto Maria Zélia para a primeira tentativa. Chegando lá, realmente me assustei com o número de pessoas e filas quilométricas, mas como se diz que "quem está na chuva é para se molhar", resolvi enfrentar o tal desafia. Afinal, era para economizar quase 200.00 (duzentos reais).

Primeiro passo dado e neste primeiro dia já saí, após várias horas de espera para ser atendido, com a lista de documentos que precisava para fazer o cadastro. Providenciei tudo, inclusive fazendo mais um exame de sangue atual, peguei o resultado e regressei ao referido local. Como já previa que neste dia a demora seria muito maior, já me preveni com algumas bolachas, frutas e suco e, principalmente, um bom livro. Dito e feito: a rotina lá é mesmo desgastante: vai aqui, depois ali e mais acolá, de olho no painel com a sua respectiva senha, que às vezes muda conforme o setor em que se é direcionado. E o relógio não está nem aí com o andar lento da carruagem. O seu ponteiro não para e o estômago também. Só a paciência de alguns vai chegando ao limite.

Finalmente, após várias horas de espera e mudança de ambiente, de vez em quando olhando para os olhares dispersivos e indiferentes de algumas atendentes, eis que a minha senha senha aparece no tal painel. Pensei: é agora. Vou pegar o meu remédio tão aguardado e caro. Peguei-o. Glória a Deus. E assim sempre acontece com quem se prontifica a enfrentar este transtorno, mas que é para o próprio bem.

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 08/11/2023
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