ATÉ PARECIA PRESSA PRA SE CASAR....

Até que poderia encontrar outro protagonista para este caso, mas na realidade eu sou o dito cujo. Na realidade, sempre fui muito tranquilo nos meus relacionamentos amorosos. Nunca procurei colocar o carro na frente dos bois, ou seja, me precipitar. Em todo o namoro sempre procurei colocar um pé dentro e outro fora para depois não me arrepender. A minha intenção nunca foi enrolar, enganar as minhas namoradas, porém nunca fui de aceitar nenhum tipo de pressão, provocação e muito menos indiretas . Por exemplo, quando estava com a família de alguma namorada e a mãe dela começava a comentar, sem mais nem menos, "a colega da minha filha, mais nova, já está com casamento marcado" eu já arrumava uma evasiva, pedia licença e já caía fora, sendo recriminado pela namorada que, obviamente estava sempre ao lado da mãe e ainda me criticava: "Você parece que tem medo da palavra casamento!" . Ao que eu respondia: tudo tem sua hora. Se suas amigas mais novas estão se casando, problema delas. O que eu tenho a ver com isso? E assim por diante. Namorava uma, não dava certo, acabava. Namorava outra, dava certo, mas algum outro motivo vinha estragar nossos planos. E assim ia levando.

Já quando conheci a minha futura esposa, a atração foi súbita e recíproca. Ou seja, após um ano apenas, já fui ao cartório e deixei casamento agendado. Na ocasião trabalhava numa boa firma, mas era temporário. No mês em que me registraram eu me casei.

Neste dia aconteceu um fato interessante se não fosse caracterizado como uma gafe. Quando chegamos ao cartório, ao perceber uma fila com mais de dez casais, achei estranho e fui pedindo licença e adentrei sorrateiramente para tirar uma dúvida. Atingido o meu objetivo, ao ser perguntado se os padrinhos estavam todos presentes, simplesmente, da porta do cartório gesticulei, ao mesmo tempo que os chamei. Logo que o Juiz terminava um casamento, a funcionária foi pegar os meus proclamas do meu casamento e não encontrou. Então foi chamado o próximo casal da fila, enquanto nós ficamos lá dentro mesmo, como se fosse de castigo, enquanto alguém providenciava outros papéis para o meu casamento. Até que estes chegaram e o meu casamento pode ser realizado. E enquanto a cerimônia estava sendo realizada eu só pensava no adágio popular que reza: "O APRESSADO COME CRU". Pela minha atitude precipitada, furando aquela fila no cartório até parecia que eu tinha muita pressa para casar, quando, na realidade no meu íntimo sentia totalmente o contrário.