As nossas gerações

Em minha Casa

durante o café da manhã,

muitas lembranças ,

pequenas e grandes lembranças ;

sentada, o suspiro entrelaça

o cheiro do cantinho do café

espaço improvisado

enquanto aguardo

a banana cozinhar

para chamar minha filha .

Apesar de sempre sentar no cantinho do café

Ultimamente ,

prefiro tomar café de pé , apoiada no balcão

mas, a hiperatividade é como mágica

nunca os móveis,os objetos

são estacionados no mesmo lugar ,

Assim, eu até sonho com uma casa organizada

mas, o ir e vir, de tudo, de todos

não converge para o mesmo objetivo,

então,defronte do cantinho do café,

o balcão, tomado por outras coisas ,

sem aquele Tok de padrões domésticos

Observo outros detalhes

minha mente criativa

inicia o ritual das próximas mudanças

sinto falta de um armário,

pra guardar material de limpeza

as placas de ovos

a caixa térmica grande

que armazena taças

e caixa de isopor, vazia,

aguardando a sua função

Como tudo isso me incomoda

Eu, queria esconder,guardar

No chão, os dois cachorros deitados

enquanto me aguardam concluir a refeição

devem estar pensando

essa humana não sabe

se come ou escreve no celular

Lembrei da sala, que virou ponto comercial

e dos outros cômodos

que têm muitas histórias pra contar

mas, não é bom recordar

não trazem conexões muito positivas ,

esta casa , tem remendas feitas por muitos

mas,o principal motivo, é símbolo de dor

símbolo de muito desespero

Não temos, eu ,meu filho, minha filha

uma casa com etiqueta do que combina

Combinar aqui, significa tentar sobreviver

A casa é comum a quem nela mora

a sua composição é a música da alma

cada verso se encaixa, nas alegrias e tristezas

não seguimos a arte engessada da literatura nem o conhecimento das verdades absolutas

nossa verdade é a existência, o oxigênio

a pluralidade dos gênios

que existe em cada um

enquanto um compõe,outro canta,

toca um instrumento

Tudo que queremos

é vencer os medos

os preconceitos

fortalecer nossas raízes

evoluir no campo da espiritualidade

mas, sendo densamente humanos

queremos paz enquanto humanos

aprender como ser humanos

com almas humanas

assim ,aprender sendo espíritos

que têm almas humanas

Estamos aqui querendo o afeto universal

daqueles que verdadeiramente

sabem e querem amar

pois até então, só nos resta

o lamento triste

e a solidão

daqueles que um dia presentes

deixaram muita decepção.

Leah Ribeiro Pinheiro
Enviado por Leah Ribeiro Pinheiro em 17/09/2023
Reeditado em 24/09/2023
Código do texto: T7887699
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