OS PLANETINHAS E O TOQUE DE ACOLHER

Vivência: os planetinhas e o toque de acolher

 

Imaginemos que o ambiente deste “Recanto” é a galáxia. Uma galáxia chamada Brasil. Imaginemos que nesta galáxia o sistema SUS, há bem pouco tempo estava sendo dramaticamente ameaçado. Imaginemos que cada um de nós, aqui agora, somos planetinhas que integram esta galáxia. A galáxia em desequilíbrio ameaçava o sistema SUS e a vida dos planetinhas. Entre tantas ameaças, recentemente impuseram a Lei de Diretrizes Orçamentárias e também impuseram reformas que reduziram direitos históricos, a exemplo das reformas trabalhista e previdenciária. E nós, planetinhas deste sistema e desta galáxia o que temos a ver com isso?

Muitos planetinhas não resistiram aos impactos dos últimos tempos e o negacionismo diante de uma pandemia abalou a galáxia e o sistema como um todo.

Um dos planetinhas subiu numa cadeira e falou: “nós, precisamos pensar e agir. O sistema e os planetas estão com seus direitos adquiridos e a própria vida em risco. Por isso mesmo, peço que os planetinhas possam sair de suas zonas de conforto ou acomodação e "ir ao encontro" uns dos outros, fale que planetinha é você, escute também, fale sobre a vida, escute sobre a vida... E como perceber a potência de cada planetinha que somos, neste sistema SUS, no sistema mundo e nesta galáxia que se chama Brasil?

Precisamos olhar e ver que os planetas, na galáxia podem se afetar ou se chocar, que a busca do equilíbrio passa pelo diálogo, pela comunicação entre nós, sem interferências ou ruídos dos falsos dirigentes, ilegítimos, usurpadores e falsos meios que não comunicam a justiça e a verdade, a exemplo das fakenews. Mas, os planetinhas podem perceber que algum tempo atrás até o presidente e seus ministros eram fake.
Felizmente, nós, uma grande parcela dos planetinhas, já conseguimos superar muitas adversidades e afastar um usurpador que estava comprometendo todo o equilíbrio da nossa galáxia chamada Brasil. Agora, cada planetinha que somos nós precisamos nos deixar afetar pelos valores humanos e civilizatórios, para superação de tantos males que ainda rondam a galáxia e o sistema como um todo.” 
No momento atual, as agendas, as ações e o conceito já afetam positivamente a grande maioria dos planetinhas. O sistema SUS respira mais aliviado, a ciência orienta o sistema e o desafios gigantesco de equilibrar o financiamento com às necessidades de saúde dos planetinhas não é tarefa fácil, mas existe agora o componente da confiança e da competência. O sistema SUS é gigante e complexo igual ao sistema mundo. 
No plano da galáxia chamada Brasil as notícias e ações são otimistas: reforma tributária, teto de gastos, políticas públicas e políticas de estado sendo reconstruídas, redução inflacionária e de juros e um olhar ampliado sobre as questões urgentes dos planetinhas originários da nossa galáxia, sobre o ambiente e o combate ao desmatamento das nossas florestas. O enfrentamento das diversas violências: de gênero, misoginia, homofobia, racismo... A galáxia voltou a ser cuidada é isso signigica cuidar dos planetinhas. 

As pessoas-planetinhas saíram dos seus lugares e foram ao encontro uns dos outros. A conversação as envolveram, as formalidades foram substituídas pela comunicação entre os planetinhas-pessoas. Momento rico de comunicação direta. Foi lindo!

O planetinha facilitador entrou em cena para dar sequência à vivência. Sugeriu para os planetinhas refletirem e dialogarem como seria possível gerar mais equilíbrio e prevenir possíveis choques entre os planetinhas, de modo a tornar possível a construção de consensos mobilizadores para enfrentamento das ameaças que rondam a galáxia chamada Brasil. E também como a nossa galáxia contribuir para o equilíbrio de todo o sistema. O sistema SUS simbolizando agora o sistema maior, que se quer mais saudável e mais sustentável. Assim, os planetinhas foram provocados para a construção da grande roda. Uma roda de planetas-gente, com mãos e mentes conectadas. E a vivência foi se encaminhando para a construção de perguntas e respostas geradoras do que fazer...(?). A perspectiva de olhar e ver cada planeta, o olhar humano-planetário que que ver e se deixa ver, que se toca pelas mãos e pela cintura, para se aconchegar mais uns com os outros, como forma de cuidado, proteção, solidariedade e superação coletivas das ameaças que impactam a galáxia e o sistema.

 

Neste momento, mais uma vez o planetinha facilitador pôs-se em atitude e sinergia criativa, cantou e estimulou para que todos e todas cantassem e seguissem os gestos:

 

Que Toque de arte é este?

É o Toque de Acolher? (Bis)

Toque que me toca que toca você? (Bis)

 

Que Toque de olha é este?

É o olhar de acolher (Bis)

Olhar que me olha, que olha você (Bis)

 

Que Toque de mãos é este?

São as mãos de acolher (Bis)

As mãos que me tocam, que tocam você (Bis)

 

Que Toque de abraço é este?

É o abraço de acolher (Bis)

Braços que me abraçam, que abraçam você.

 

A grande ciranda que se seguiu, a música "Abrasus e Ciranda no Caminho" deram o novo sentido para a resistência e lutas em defesa da vida, do SUS e da cidadania, seguindo um roteiro de significados e valorização do encontro das pessoas, com suas singularidades, diferenças e potências humanas, na condição e qualidade de planetinhas-gente de uma galáxia chamada Brasil e de um mundo chamado Planeta Gente, Planeta Terra.

 

Elias José da Silva