Era uma vez um homem chamado André, cuja vida era uma constante batalha contra a má sorte. Desde pequeno, ele aprendeu a acreditar que a desgraça o perseguia incessantemente, como uma sombra que se negava a abandoná-lo. Era comum ouvi-lo murmurar a frase: "A má sorte só acompanha os incompetentes".

 

André possuía uma forte dependência emocional de seu amigo de longa data, Lucas. Para ele, Lucas era como uma âncora, alguém que o mantinha seguro e estável nas turbulências inevitáveis da vida. Essa relação de dependência não era saudável, mas André não conseguia se libertar desse vínculo tóxico.

 

Lucas, por outro lado, desfrutava do poder que a dependência de André lhe conferia. Ele gostava de ter alguém que o idolatrasse, que estivesse sempre ao seu lado implorando por sua aprovação. Era como se tivesse um cachorro leal que o seguia por toda parte.

 

No consultório de um renomado psicólogo freudiano, André começou a explorar sua relação com Lucas. A cada sessão, sentia-se mais compreendido e enxergava claramente os motivos por trás de suas escolhas e comportamentos. Ele percebeu que sua crença na má sorte estava fortemente ligada à sua baixa autoestima. Ele acreditava que, como incompetente, não merecia nada além de desgraças.

 

O terapeuta, com sabedoria, explicou que a má sorte não discrimina ninguém. Ela pode afetar tanto os competentes quanto os incompetentes. Era apenas uma forma de André se punir e manter-se preso à sua própria autodepreciação. Afinal, a dependência de Lucas permitia que ele se mantivesse em uma posição onde podia se sentir seguro, mesmo que fosse apenas emocionalmente.

 

Conforme as sessões avançavam, André começou a questionar sua relação com Lucas. Ele percebeu que a amizade que tinha era baseada em manipulação e controle. Lucas aproveitava-se de sua vulnerabilidade emocional, mantendo-o submisso em sua sombra. André precisava se libertar dessa dinâmica doentia para buscar uma vida mais saudável e satisfatória.

 

Foi um processo doloroso e desafiador, mas André conseguiu finalmente se desvincular de Lucas. Ele se libertou do papel de cachorro e começou a encontrar sua própria voz. Sem a dependência emocional que antes o aprisionava, ele descobriu seu verdadeiro valor e começou a perceber que a má sorte não o perseguia, mas sim sua própria insegurança.

 

Por fim, André percebeu que a vida é uma mistura de bons e maus momentos, e que sua importância não estava relacionada à presença ou ausência da má sorte. Ele aprendeu a se valorizar e a aceitar que, independentemente das dificuldades, era capaz de enfrentá-las por si só.

 

E assim, André seguiu em frente, determinado a não mais aceitar um papel de vítima da má sorte. Ele se tornou um exemplo de superação e força, inspirando outros a questionarem suas próprias crenças limitantes. A má sorte não escolhe apenas os incompetentes, ela pode afetar qualquer um. A diferença está em como lidamos com ela e em como nos fortalecemos para enfrentar os desafios que a vida nos apresenta.

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 25/06/2023
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