Sentimento que transborda

Sabemos que dia das mães é todo dia mas, no mês de maio inteiro refletimos sobre a importância desse ser tão especial que nos colocou no mundo.

Eu sinto essa época como uma festa para celebrar esse amor que transborda. Uma época para aquecer os corações e reconciliar os mais rebeldes porque a palavra "mãe" por si só já é um doce e nos faz lembrar de sorrisos, flores, caixa de bombons, aquele almoço com a família reunida ou os intermináveis telefonemas...

Quando dizem que mães são todas iguais eu percebo que só se for nas preocupações, aflições, na alegria em ver o filho depois de dias... Mãe é isso! São vários sentimentos aflorando sem parar numa pessoa só.

E como é importante estarmos perto de nossa mãe não só no dia das mães mas, sempre que pudermos pois existem momentos que são únicos e podem a qualquer instante não existir mais e só nos restar a saudade, as lembranças...

Eu não fui mãe e, por escolha própria não tive filhos. O assunto maternidade nunca me interessou exatamente por eu entender que é importante demais.

Acho que eu sempre quis ser a filha e nunca a mãe pois sei das dificuldades de gerar uma criança nesse mundo louco e, não tiro a vontade do outro e acho lindo quem têm esse dom mas pra mim, não. Já passou! O ruim é que eu tenho que ficar explicando para as pessoas que eu gosto de crianças e, já cuidei de crianças certa época. Crianças saídas da fralda, lógico porque bebês são como porcelanas pra mim. Qualquer coisinha é um perigo e eu não tenho aquela vocação de ficar noites acordada, não. Sem contar que o tempo vai passando e o organismo começa a dar sinais de que eu não preciso me preocupar mais tanto assim com essa questão. Por outro lado acho gostoso estar envolta de crianças, ouvir a risada delas, abraçar, sentir o cheirinho...e é exatamente isso que faz com que as mamães se dediquem tanto aos seus filhos e se preocupem.

Hoje, ao visitar minha mãe fiquei imaginando como ela sofreu desde sua gestação para cuidar de mim e de meus dois irmãos. E, como ela ainda se preocupa pois moramos um pouco longe de sua casa e demoramos alguns dias para ir visitá-la. Casei, mas ainda sinto aquela vontade de não sair da casa de minha mãe. De passar 1, 2, 3 dias ou mais na casa dela para aproveitar cada minuto, tomar seu café, comer a massa crua do bolo na tigela, lembrar das coisas engraçadas que vivemos, da minha época de criança quando resolvi fingir uma greve de fome para chamar a atenção dela mas, quando ela não estava por perto eu comia o arroz da geladeira e depois voltava pra cama correndo fingindo estar fraca só pra ela me pegar no colo.

( Que criança mimada! ) Sem contar às vezes que eu ficava doente de verdade com problemas de garganta na minha adolescência e ela passava o dia inteiro na cozinha preparando sucos de laranja ou acerola e vitaminas para me fortalecer e sair da febre.

Ah, acho que não tenho essa força sinceramente! Repetir o que minha mãe foi pra mim só sendo mesmo uma heroína! Permaneço no papel de filha e vou cuidar de minha vida e dos meus gatos porque mães são únicas, é um sentimento que transborda, são sagradas e começo a pensar que mães são uma espécie de anjo.