O SONHO DE LUCINERGES

O SONHO DE LUCINERGES

"Enfim, o sonho de tantos se

concretiza: Ananindeua já tem

sua Academia de Letras" !

(ex)dep. MIRO SANOVA (pres. da

FUNTELPA , rede oficial de Rádio,

TV e Editora/Imprensa, do Pará)

Creio que, lá no Céu, Lucinerges Couto vibrou... embora seu nome não tenha sido citado no brilhante evento organizado pela UNAMA, Universidade classe A da Região inteira, com 9 ou 10 Estados. Ainda não tinha entrado no belo prédio, espécie de "catedral da Cultura"... é simplesmente impressionante, DESLUMBRANTE é o termo exato ! Uma imagem vale por 1000 palavras... só vendo para crer na suntuosidade do local, um prêmio para a Arquitetura praticada no Estado e um eterno prazer para quem lá estuda.

Foi o sonho de Lucinerges, dizia eu... e nem falo do edifício ! Ele criou o antigo "Grupo de Amigos Especiais de Ananindeua" (*1) em 1988/89, (por breve tempo "Depto C", um capricho de "Felipe Sil") e que seria adiante o ALA-A - Assoc. de Letras e Artes de Ananindeua (1991/92) com perto de 20 abnegados, boa parte pouco afeitos às lides literárias. Esta, palpito, daria "sequência" lá por 1994/95 a APIL, digo, APLI. A Academia Paraense Literária Interiorana -- a mudança sucedeu por insistência minha, pois lembrava fábrica de ovos, de igual nome -- nasceu nas terras "do sol nascente", aliás, Icoaraci, ainda como distrito de Belém na época. Julguei que a APLI "falecera"... pois enganei-me, ela "ressuscitou" neste evento de inauguração da novíssima ALANIN - Academia de Letras de Ananindeua e está VIVÍSSIMA, agora com sede no centro da Capital.

Certamente Lucinerges está feliz... só gente DO MEIO cultural, professores, escritores, poetas, jornalistas, músicos "que escrevem" ! E até o seu Hino -- por essa o Lucinerges não esperava -- é uma gracinha (sem ironias), com expressões simples e líricas, nenhum rebuscamento erudito e com melodia cativante, nos lembrando as bandinhas, as RETRETAS -- alguém sabe o que é isso ?! -- das pracinhas e dos Cirquinhos de nossa infância, com leve tom de "canción" mexicana. Será sucesso garantido nas Rádios locais, a começar pela Cultura FM e Rádio UNAMA FM... "dou minha cara a tapa", se estiver errado !

Do juramento coletivo aos discursos da Mesa Diretora ficou claro o COMPROMISSO com a Cultura e a união de todos na luta para difundir a Literatura nos "4 cantos" do Estado. Saí realmente feliz do evento, ver tanta gente decidida a sustentar essa batalha pela Literatura, principalmente nas Escolas (as Públicas, pelo menos), é um ALENTO... sou da opinião que CADA UM deve contar a própria história (desde os avós e bisavós) "em letra de forma", mais do que em vídeos ou gravações de celular.

"ENFIM, TEMOS ACADEMIA...", relembrou vibrante o (ex)deputado Miro Sanova, filho do dr. Nonato Sanova, um batalhador incansável pela Cultura ananin enquanto viveu. Mal sabe ele que seu pai me patrocinou em coletânea gaúcha, por volta de 1992 ou 93 e "seu vizinho" da Metalúrgica Robledo também o fez, isso perto de 2000, em outra coletânea... hoje são 16 ou 17, nas minhas contas. Não posso esquecer do gentil apoio me proporcionado pelo "MADRE CELESTE / ESMAC", Colégio e Faculdade de primeira linha que são o orgulho de Ananindeua. Só "PENEI" quando procurava a PMA, a nossa gloriosa Prefeitura... espero que os tempos tenham mudado ! Critica-se demais as tais COLETÂNEAS -- pela "precariedade" de alguns poucos textos nelas -- porém o escritor comum, se não se valer delas, jamais será publicado.

Felizmente, no Governo Helder Barbalho, a IOE - Imprensa Oficial do Estado "acorda" para a existência de 2 ou 3 mil autores... só AQUI no Pará, nem falo da Amazônia ! Tem razão a secretária do (ex)senador Paulo Rocha: "a região tem mais escritores" que o Brasil inteiro, quem sabe, que toda a América Latina. Os MELHORES sobreviverão... poetas "amadores" -- como eu e tantos mais --- já foram (fomos) alvo de chacota de polêmico articulista com espaço n'A Província do Pará, em junho ou julho de 1989:

-- "Tem mais poetas em Belém do que tampinhas de cerveja na calçada dos bares da Doca de Souza Franco" !

Pois é, as "chapinhas" desapareceram da vida urbana e eu continuo "poetando", 35 ANOS depois ! Como muito bem declara o Hino: "Viva a Literatura... e TODAS AS ARTES" ! Santas palavras... AMÉM ! Longa vida para a ALANIN, creio que em breve me juntarei aos demais ! Por fim, este evento me serviu como lição de Vida: CONSTRUIR uma nova realidade é dever maior de cada brasileiro e obrigação dos escritores... pessimismo não nos leva a lugar nenhum !

"NATO" AZEVEDO (em 20/abril de 2023, 00,30hs)

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EM TEMPO: além de "encher o bandulho com ótimo rega-bofe" (sem "tradução" via Google) tive o prazer de conhecer "em carne e osso" o renomado prof. Paulo Nunes e de rever o músico Márcio Farias -- rejuvenescendo (?!) aos 55 anos -- que musicou lá por 1995 poema de minha lavra, em homenagem a Belém, o "Ilha de Paz em Milhas de Sol". É de se estranhar a AUSÊNCIA dos 3 Jornais da capital... não vi nenhum na festa cultural.

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OBS: (*1) - Lucinerges não errou ao criar o "GAEA", boa parte de seus membros produziu livros durante o curto período de existência do Grupo (1988/89), com reunião aos sábados pela manhã na antiga Biblioteca Municipal -- atrás da Feira, num prédio de 2 andares, "altos e baixos" dizem aqui -- graças à cortesia do funcionário da SECULT Raulino Silva.

"Eron"(ílio) Carvalho foi o primeiro a publicar, na APL, seu livro de poemas "Dispersos", em 1988; seguiram-no, ambos com livro de memórias, Eliete Fabiano e seu "De Belém a Nova Lima" e Francisco Matos, vulgo "Baiano", com o "complicado" "Um Ca(a)tingueiro na Amazônia", que "deu o que falar", isto em 1989. Meu futuro parceiro de dupla "quase sertaneja" Abiezer Silva venceu concurso de cordel e conto via SECULT em 1988, porém "esqueceram" de publicá-lo.

Já no final de 1989 "Felipe Sil"(veira) lançaria no salão paroquial da Matriz de Marituba, com a presença do prefeito Fernando Corrêa e Sra -- registro feito por Rufino Almeida, com todo o Grupo, exceto Ramon Stergmann -- seu livro de poemas, de cujo título não lembro, em evento organizado por um certo Francisco Poeta, ligado à PMA na época.

De minha parte, só obras EM XEROX, formato que adoro pois permite imagens... em 1987/88 produzi livreto de poemas & canções (com 2 "lados" opostos), o "Palavras ao Vento / Viagem ao Nada", com uns 60 exemplares, "editado" durante uns 2 anos. Em 1989, lancei o "pré-livro" de contos, poemas e crônicas "QUASE NADA" (em 2000 virou livro só de contos) com 60 pags e 80 cópias, "diagramado" por minha conta, todo datilografado. A partir de 2000 editei 2 folhetos, o "JARDIM DE TROVAS" nº 0 e 1 com 4 pags (1 folha A4 dobrada) das quais lancei perto de 500 exemplares, que circularam por boa parte do Brasil. Como se vê, bastante atividade para um Grupo tão modesto... nos meses finais, um certo (José ?) ANESTOR, amigo do Eron, tentou levar os ideais do LC adiante, com algum sucesso. Anestor junto com Eron e o músico Yvan Costa manteriam -- numa Rádio Comunitária no bairro da Cabanagem -- programa de declamação de poesias, com obras dos membros do Grupo de Escritores Especiais de Ananindeua.

É necessário citar a colaboração do jornalista JORGE GRANHEN -- multiartista "fac totum", faz-tudo -- que abriu as páginas de seu "Jornal de Ananindeua" para o GAEA desde os dias iniciais de ambos, em 1988, com o jornal ainda em xerox A4, 8 pags salvo engano. Adiante, cederia página inteira (por vezes, duas) para os associados ao ALA-A, do qual fazia parte e até criou seu símbolo. Jorge foi o legítimo historiador do Município, além de fotógrafo, pintor, escultor e o que mais houvesse no reino das Artes. (FIM DA HISTÓRIA !)

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Abaixo, o JURAMENTO e a letra do HINO, me cedidos por extrema cortesia da escritora REJANE AGUIAR:

"Prometo, como membro da Academia de Letras de Ananindeua,

Honrar as letras e minha língua pátria

E tudo fazer para incentivar o amor

pela literatura, as artes e tradições.

Juro ser fiel ao Estatuto e ao

Regimento Interno da entidade,

Contribuindo para o seu crescimento

E da sociedade na qual se insere.

Entendo a responsabilidade

do compromisso que ora assumo

De fazer um mundo melhor

Através das ideias que divulgo no que escrevo”.

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Hino ALANIN

Letra e Música: Beto Siqueira

Enraizada em solo anani

Nasceu nossa Academia.

Pulsante como o Maguari

A semear poesia.

E outras formas de cultura e arte

Dessa Terra tão gloriosa.

Onde ecoa por toda parte

O nome de ananin tão majestosa.

Semearemos a liberdade

Como uma bela sinfonia .

Se espelhando na fraternidade.

Viva a nossa Academia !

Onde os sonhos se agigantam

E viram realidade

Tal qual pássaros felizes que cantam

Em ananins da nossa cidade.

(OBS: no texto original está como...

MÁRCIO R. G. SIQUEIRA)