O PARADOXO SOBRE UMA BALA PERDIDA

Um dos maiores paradoxos da atualidade e que diariamente está na mídia em geral é alguém dizer ou escrever o seguinte: “Alguém foi atingido por uma bala perdida”. Ora, dizer que um objeto está perdido é o mesmo que dizer que ele está oculto aos nossos olhos, certo? Então, se não estou vendo tal objeto, como posso afirmar que o mesmo feriu uma pessoa, neste caso, uma bala de revólver? Se esta atingiu alguém que na realidade não seria o alvo de quem apertou o gatilho, quer seja meliante, policial ou uma pessoa qualquer, não pode ser considerada “bala perdida” e sim, desviada e, consequentemente encontrada numa vítima sem sorte. Portanto, perdida literalmente significa que jamais poderá ser encontrada após o tiro acidental ou intencional. Até mesmo poder-se-ia encontrar tal objeto num lugar recôndito qualquer sem ter ferido ninguém. Aí sim, seria, literalmente, uma “bala perdida”. Portanto, a própria imprensa, por exemplo, poderia muito bem mudar o modo de escrever um triste fato desta natureza, ou seja, quando acontecesse uma fatalidade deste porte, ao divulgá-la deveria escrever assim: “Fulano de tal foi atingido, acidentalmente, por uma bala!”. Portanto, bala perdida mesmo não foi. Pois se ela fosse perdida não teria atingido uma pessoa, evidentemente. É simplesmente uma questão de lógica e nesta questão não venha dizer que fala ou escreve assim porque sempre o foi e é tradição. É muito fácil culpar a tradição, coitada!

PS: Trecho do meu livro MENTIRAS INOFENSIVAS E PARADOXOS CORRIQUEIROS

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 30/03/2023
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