PRAÇA DA SÉ: ANTES, DURANTE E DEPOIS DA VISITA RELÂMPAGO DO GOVERNADOR

Como o ambiente de uma grande cidade pode se apresentar durante um só dia em três cenários completamente diferentes? É difícil desta cena acontecer? A resposta é não. Pois em questão política tudo pode acontecer num piscar de olhos. Basta uma ordem e os sectários saem correndo para deixar tudo como o chefe determina. O (a) leitor (a) duvida disto?

Vamos então aos fatos quiméricos ou reais. Tudo depende do ponto de vista de cada um.

O cenário é a PRAÇA DA SÉ. No recente século XX era considerada o coração desta megalópole paulista, pulsando diariamente de pessoas na correria dos seus trabalhos e até momentos de lazer e turismo até. O tempo foi passando e ela foi ficando abandonada, em partes, mas, concomitantemente, ocupada por desocupados, meliantes e drogados de toda a espécie. À proporção que iam sendo afugentados pela polícia de outros pontos desta cidade, não tiveram dúvida: vamos pra praça da Sé, pois lá tem a Catedral e quem sabe, Deus roga por nós.

O governo foi, paulatinamente, perdendo espaço para este tipo de gente. E a "batalha" agora é, segundo o novo mandatário do governo paulista, resgatar e restaurar o centro de São Paulo, a começar limpando, literalmente, a antes e tão querida praça da Sé. Nada mal. Ideia aceita e aguardada para ser posta em prática. Em determinado dia da semana este local citado, como sempre, lotado de mendigos, viciados, meliantes, fumando, roubando, urinando por todos os cantos e recantos. Eis que a Guarda Civil chega em número maior e com o reforço da Polícia Militar, numa operação conjunta e rígida conseguem "expulsar" quase todos, deixando o local praticamente vazio. Na hora prevista eis que chega a comitiva do governador e aprecia tudo em ordem e quase bonito como era antes. Ironicamente alguém que o acompanhava comentou:

"Aqui, pelo que estamos vendo, não se precisa fazer nada. "Tá tudo muito bom, tudo muito bem" - como cantava o Evandro Mesquita e sua trupe - "Garçom, uma porção de batatas fritas". Terminado este ensaio quimérico e futurista, não demorou meia hora após esta visita, a triste praça voltou a ser habitada, quero dizer, ocupada, bagunçada pelos seus mais recentes ocupados, que com o tempo, vão usar da lei do usucapião, exigindo o termo de posse. PODE ISTO, ARNALDO? Como indagava o locutor esportivo Galvão Bueno diante de uma temeridade. Durma com um barulho deste!

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 22/03/2023
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