Finitude

Na juventude escolhida da alma, são poucos os limites que percebemos. Uma ruga que surge. A elasticidade que se esvai. A forma que deixa de ser o foco. Os sonhos que se modificam ou se aprimoram. Tudo vai perdendo a urgência. Acomodação?

Pode ser! Talvez valor circunstanciais. Valores mudam com o tempo. Só ficam aqueles cravados na alma. Algo na moldagem do caráter.

Mas o tempo passa e cobra seu preço. O físico aos poucos se ressente. A estética tributa a aparência e custa mais a cada dia. Até que esses valores vão mudando e você relaxa e vive. Não que seja um problema. O problema é perder de vista a vida saudável, por descuido ou por questões financeiras. Se alimenta mal, dorme mal, se desleixa da cultura, não se promove com dignidade e pequenos , mas importantes agrados. Boa leitura, boa música, diálogos enriquecedores nos alimentam espiritualmente.

Aí, o corpo reclama, te faz parar no hospital e berra por socorro! Você não é infalível. Você cansa, você falha!

Para tudo! Se você quer viver precisa repensar suas prioridades. Permita-se! Descubra-se humano e limitado. Mas não ao ponto de dizer que acabou tudo. Conceda-se pequenos mais frequentes prazeres. Faça o que te apetece mas não exagere e não se exceda. Seu compromisso é com sua felicidade e a dos outros será parte da sua. Alimente-se bem, não faça excessos. Cuide-se! Não descuide de sua saúde. A velhice saudável é um direito e uma dádiva. Ame! Sonhe! Construa! Fim!