Me deparei com uma espécie confusa de ser humano. Um ser carente de cuidado, de dedicação, de carinho, de toque e de amor... Um ser humano que de tão machucado (creio eu) pela vida e seu passado que as atitudes de posse, poder e força se faziam destaque em momentos íntimos, em momentos de passeio em momentos de decidir algo.

 

Me deparei com uma espécie de bipolaridade humana que na manhã tratava como rainha e no final da tarde uma puta de alguma esquina...

 

Me deparei com um ser humano que não tem coragem de sair de sua bolha confusa. Um ser humano ainda pela idade imaturo. Um ser humano que não dialoga assuntos para ele importante. Que toma decisões baseado em seu próprio mundo confuso onde não há escolhas há somente opções;

 

Me deparei com um ser humano que brinca de amores mais não se expõe... se expor é sinal de perder outras opções guardadas para viver como experiências de futuro. Vi um ser humano brincando de cientista e observando outro ser como se fossem ratos de laboratórios que melhor desenvolverá a tal felicidade para si. Qual das ratinhas atingirá grau máximo de obediência, qual permanecerá por mais tempo na zona de conforto, qual preferirá a monotonia de passar pelo mesmo caminho todo dia, qual é a mais fértil e qual delas deseja procriar e dizer amém para o cientista que a nutri com palavras de ordem e poder... Nessa experiência, a ratinha que sai cantarolando por novos caminhos, que se expõe a uma nova situação ao invés de ter medo... A que têm sua fertilidade guardada para ser desenvolvida com o companheiro certo e que o espírito materno é tão aflorado que ela não expõe isso. Ratinha inteligente, que encantou o cientista burro... E burro, a libertou para experienciar com a ratinha "amélia" que com toda certeza o fará feliz na bipolaridade de ambos, na ansiedade doentia de ambos e na prisão que irão construir para viver o monótono dia a dia. Acordar cedo, trabalhar (talvez), dormir às 19h. Gostaria que essa realidade de casal fosse verdadeira... Que o tempo, fosse apenas esse. Acordar às 5h da manhã trabalhar até as 18h e dormir às 20h. E tudo que acontecesse nesses intervalos fossem realizados no estalar de dedos. Pobre cientista... logo se vê, que a vida limitada é tão fadonha e triste quanto nos contos de fadas.

 

Ainda assim, me deparei com uma espécie de ser humano que se dedicou ao sexo... Que filma é fotógrafa cenas para uma espécie de comparação eu acho! Um transtorno talvez um perigoso ser humano que não se deve confiar... Um ser humano que descarta outros seres na surdina, traiçoeiro igual serpente em meio areia quente de um deserto sem emoções.

 

Me deparei com um ser humano doente de amor. Que acha que sabe amar, que tem certeza que ama, que jura amores de gratidão e, no fundo, se tornou um ser pequeno que ao conhecer o amor e sua essência correu feito criança confusa que descobriu a dor da compreensão que amar é coragem é fé é dedicação.

 

Me deparei com um ser humano perverso que oferece cicuta a quem estava amando se reconstruir para sonhar sonhos doloridos de um passado sem amor.

 

Me deparei com o tempo. O senhor tempo de meus 43 anos me olhou nos olhos e disse... Esse ser humano, cujo qual, você se deparou não é o ser humano imperfeito que tanto buscas. Afinal, a imperfeição gosta de coragem, tem fé em abundância e vê o mundo é suas diversas oportunidades e ESCOLHAS. O ser humano perfeito é esse que vive dentro de sua caverna metódica e não há espaço para lutas para o novo.

 

Me deparei com os olhos de jabuticaba do tempo segurando minhas mãos... E ali, recordei quem fui. Das guerras que lutei, dos mundos que fui viver, das pessoas que ergui em troca de cumplicidade eterna. Ali reencontrei a humana que sou. E me deparei com um enorme espelho a minha frente onde todas as minhas cicatrizes, aplaudiam para mim.