Império do som

Não deixem parar o ruído,

Provoquem uma sequência de estrondos,

Não parem a zoada, não parem o estrépito,

Provoquem estampidos, comecem um rumor,

Ouçam! Que lindo fragor, participem dessa algazarra,

Desse maldito escarcéu, dessa santa gritaria

Venha para o meio do alvoroço,

Venha para a nossa balbúrdia,

Tomem lugar nessa barulheira social,

Façamos todos um infinito estardalhaço,

Alcemos toda e descontrolada vozearia,

É preciso manter a agitação nas ruas,

Levantemos alaridos, zaragatas,

Celebremos a revolta, louvemos o motim,

Ergamos a rebelião, como sendo a revolução...

Gritem por insurreição,

Bramem por amotinação,

Amotinamento organizado ou não.

Promovam um levante,

Estrondeiem a sublevação,

Incitem à sedição,

Carros sonoros, alto-falantes,

Potências em ostentação,

Volume para exibição,

Espalhafatos de artifícios, tiros e bombas,

Alardes desconexos,

Pavonada e confusão,

Não parem a bagunça,

Não parem a desordem,

É linda a desarrumação,

Uns, façam tumulto, outros, façam tropel...

Não parem a zoada, não parem o estrépito,

Não parem esse maldito escarcéu.

Por mil anos estaremos sob o império do soooommmm...

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 04/01/2023
Reeditado em 04/01/2023
Código do texto: T7687027
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