O gigante chorou

Escrevo quando algo me toca, me emociona, me indigna. Talvez o título resuma tudo isso, mas dessa vez, se trata de um incomodo. Quem sou eu para tentar falar do que levou LULA às lágrimas. Como poetisa não ousaria. A poesia e o choro são tão pessoais que talvez não os alcance.

Estou falando de um gigante de alma e história que aprendi admirar faz pouco tempo. Primeiro a humanidade de gestos e fala, que me encantaram desde o primeiro discurso. Isso tem uns 3 ou 4 anos. Fiquei encantada com a fluidez da fala que tocava sem rodeios o coração.

Me diriam 'fanatismo' ou algo da monta. Antes disso, aprendi a questionar, observar atitudes e fala. É pura emoção, nos gestos e poros. Poderia dar inúmeros motivos para ser muito mais que uma Lulista - não devo ser, por que essa definição ainda me incomoda.

O motivo da escrita foi por que li em algum post por aí o nome do LULA escrito iniciando com letra minúscula. Como não é a primeira vez que leio escritos do autor, pensei em um lapso, mas logo vi que não era o caso, diante disso li outros textos do autor e isso se repetiu - duas, três vezes. Intencional!

Isso é transformar uma pessoa em um objeto ou animal. Como sou uma afrodescendente e conheço o que esse tipo de comportamento ocasionou em seres humanos - avaliados em arrobas, destituídos de alma, emburrecidos pela xenofobia. Me incomoda deveras, tratamento tão desrespeitoso com uma pessoa que será nosso Presidente pela terceira vez, que deixou o governo com 87% de aprovação e que mesmo com todas as manobras para que não se elegesse teve a maior votação na República desde a Proclamação. Junte-se a isso o respeito Mundial e o reconhecimento De ser a pessoa mais indicada para reconstruir o Brasil após o cataclismo Bolsonaro (maiúsculo pelo cargo).

O autor supracitado, tem um ídolo de nome curto, mas que nunca chegou ser o personagem que inspirou o nome, deve ter ouvido a explicação do nome - incorporou, se sentiu, se achou. Mas aonde está? Talvez no Alvorada, trocando angústias com o que se despede. Quem sabe ajudando as ordens de algum general do Clube Militar?

Quanto ao colega, Márcia Tiburi, trata desse pensamento em "Complexo de Vira-lata, 2021. A Academia não perdoa Lula ter maior torque intelectual que eles.

Para fechar, "Sir. Silva" se tornou "SIR. LULA" para o New York Times, antes disso foi capa da Time.