Redes sociais e mentiras.

Gosto de afirmar e orientar alunos que a internet é a fonte mais prática, rápida e simples de qualquer pessoa buscar informação ou conhecimento. Mas também é mais perigosa e trabalhosa.

Perigosa, porque qualquer pessoa, mesmo não tendo conhecimento sobre o tema ou assunto, pode publicar desinformação e mentira sobre os fatos e levar muitas pessoas a acreditar. É o que caracteriza as fake News e as fake opinions.

Perigosa também porque em muitas situações a busca de fontes que confirmam ou não os fatos anunciados são raros e, às vezes, também enganadores. Poucas são as grandes mídias que ainda não publicaram algum tipo de desinformação e mentira em suas redes.

As redes sociais potencializaram esse desserviço à sociedade e ao conhecimento. Como dizia Umberto Eco (2015): "As redes sociais deram voz a uma legião de imbecis". A imbecilidade, no caso, refere-se às pessoas que publicam desinformação e mentiras. Lembrando que desinformação e mentira é tudo que não se refere a fatos comprovados ou referenciados por validade científica ou algum tipo de conhecimento validado e respeitado coletivamente. Não é validado por um grupo, mas por uma sociedade.

O acesso às redes sociais, como tudo, tem dois lados em que um dos lados tende ao positivo e ou outro ao negativo. O acesso, quase já universalizado, permite que todos tenham opinião sobre tudo. Opinar, em si, pode não ser um problema coletivo. O problema começa quando, qualquer um, transforma a sua opinião em ‘argumento’ sem relação com fatos e referentes.

Assim, vemos muitas pessoas disseminar falsas informações sem relação com fatos e referentes. Essas pessoas caracterizam-se em dois tipos: os que não tem formação adequada e nem discernimento para apurar os fatos; e um outro grupo que é pago ou monetizado para divulgar mentiras. Esse grupo é o mais perigoso.

Ademais, todos eventualmente podemos publicar algo enganoso. Ao encontrar a ‘verdade’ ou ser alertado, a coerência implica em excluir e, se for o caso, retratar-se (desculpar-se).

As redes sociais são ótimas parceiras. Mas cuidado com os fatos.