A CRÔNICA DA BRUXA VULNERÁVEL

Era uma vez uma bruxa muito poderosa, que perdia sua força quando alguém agia contra ela com traição.

Ela notou que no mundo em que vivia, cada vez menos podia fazer magia, sua áurea de bruxa cada vez mais padecia...

Por isso, para evitar perder todo seu poder, acabou se afastando de qualquer ser humano, afinal todos poderiam ser um risco...

O tempo foi passando, será que ela era mais feliz por possuir tanto poder?

Ela começou a se questionar, mesmo sendo uma bruxa invencível, porém solitária... Afinal, era muito poder guardado sem enfrentar nenhuma batalha.

Em uma noite clara de lua cheia, em seu jardim, ela sentiu o olhar frio da lua e naquele momento desejou tanto o calor de um abraço, mesmo que isso lhe pudesse custar seu poder.

Aos poucos ela adormeceu ali mesmo no jardim, sob a luz do luar, enquanto os sonhos iam lhe submergindo em cada desejo calado.

O primeiro e acolhedor raio de sol despertou a bruxa que estava sobre a grama, entre as árvores e respirando o perfume das flores.

Ela se deu conta que ao adormecer ficou totalmente vulnerável e poderia ter sido tragada por algum animal selvagem, porém diante desta vulnerabilidade, ela despertou com o abraço do sol e o perfume das flores.

Logo, a bruxa jogou em uma balança imaginaria o seu coração que desejava amar e seu cérebro que a queria proteger.

O jogo parecia equilibrado, mas mesmo com todo seu poder, ela ainda não se sentia plena...

Então ela entendeu que só a vulnerabilidade poderia a conduzir até um sentimento, que lhe abraçaria tão ternamente que sobressairia ao sentimento de manter seu poder.

Ela entendeu que manter seu poder e não se arriscar, não a levaria a lugar algum, nem ao altar nem ao inferno.

Ela saiu sem rumo, colocando à prova a única coisa que tinha em jogo, seu poder, seu controle, e se aventurou nas vias do desconhecido, correndo perigo a cada esquina.

Algumas traições pelo caminho foram a enfraquecendo, seus passos aos poucos foram se tornando mais lentos, mais lentos, mais lentos...

Quase em estado de agonizar, ela desmaiou.

De repente, um toque quente, como naquele dia em que ela amanheceu na grama, mas o toque já não era só uma sensação de abraço, era realmente um contato.

Ela abriu os olhos e aquele olhar que cruzou seu olhar parecia iluminar seu caminho, fazia parecer que o percurso valia a pena.

Foi então que a bruxa tão poderosa se viu sem mais nenhum poder, mas pela primeira vez se sentiu plena como se voasse ao paraíso.

Assim se entregou sem qualquer reserva, e após ser beijada como nunca havia sido, fechou seus olhos, mas o forasteiro apenas parecia ser, mas não era sua salvação e quando ela percebeu, sua alma fora arrancada e a bruxa morreu sem poder e sozinha...

(Brincadeira!! Kkkk abaixo o final)

Fechou os olhos, foi beijada, e viu que o amor não precisa de qualquer outro poder, ele era o maior poder, mesmo que isso significasse arriscar tudo.