CONHECI UMA PARIS DIFERENTE.

Não sei dizer não a filhos e netos, do que é possível fazer. Dessa forma fui surpreendido por minha neta que, em seu aniversário de quinze anos, me disse:" vovô, você que conhece muito Paris queria que você me apresentasse a cidade." Adrenalina correu meu corpo!

E assim em 17 do mês passado, pleno verão na Europa, desembarcava em Paris com minhas duas netas, minha filha e minha mulher. Uma motivação para ir, do alto de minha idade, embora saudável e forte. Confúcio dizia que após sessenta anos não se deve viajar para o exterior, mas se viajava em carroça... Meus sessenta já vão faz algum tempo.

Diríamos, o apelo me provocou os mesmos sonhos em minhas incontáveis idas, ano a ano, que me resgataram outra cabeça e visão de mundo, quando a postulante nem sonhava nascer.

Paris, cidade que era minha porta de entrada na Europa, bastante vasculhada, a velha Europa clássica, ibérica, onde tenho origem por ascendência e cidadania italiana por força do "jus sanguinis". Tudo para satisfazer minha curiosidade inquieta e questionadora, apegado à escultura e artes plásticas em geral, no grande trânsito por lá anos atrás movimentado até 2013, somado ao imenso acervo cultural impresso que sempre me interessou e no qual mergulhei, guardado e protegido dos bárbaros pelos monges copistas na idade medieval em pergaminhos de couro de cabras.

Voo confortável e o melhor que meu trabalho vida afora fez proporcionar. Ia sempre mês de maio, primavera agradável, roupas compatíveis para a temperatura de fresca para frio, que trazia mais acolhimento e sedução pelos passeios.

De um passe, na chegada, no túnel de desembarque, saindo do avião, lembrei de Dante Alighieri, estava entrando na porta do inferno, como inscrito na Divina Comédia, e já antecedentemente alertado pelo Comandante do 777/300 da Air France, voo 442: “Paris com alta temperatura, 35 graus agora na cidade luz, pousaremos em quinze minutos”. Mas, pensei eu, estava acostumado e habitava o Rio 40 graus. Qual nada....Já sentia a brasa no percurso do túnel e um calor seco que jamais tinha sentido em minha vida, nem nas mais altas temperaturas do Rio. Que fazer? Encarar...

Cinco horas de diferença para mais, tudo desembaraçado às seis horas, check in feito no hotel, local de hábito, agendei jantar em restaurante que gosto para oito e meia.

Hora em que cresce mais o calor. O sol se põe às dez.

Restaurante tradicional, mas pouco afeto ao ar condicionado, porém estava ligado e comemos tranquilamente.

Acordamos e começamos a visitação. Um calor indefinível, cada vez mais ficava assombrado. Mas cumprimos as visitas.

No dia seguinte a bonança; queda de dez graus. Pela manhã já era a Paris que conhecia, embora no verão temperaturas mais amenas, máxima de 24 bem ao fim do dia (lá dez horas fim do dia).

Até o retorno,

tudo ficou sem maiores impasses, fora o turbilhão de gente que se acumulava nos pontos de maiores procuras turísticas. Em locais em que nunca vi ninguém, lugares não curriculares de turismo, com visitação estupenda, como o Ópera Garnier na parte interna.

Louvre e Gare Dorsay, museus de ponta nem se fala, mesmo com ingressos comprados desde o Brasil. Torre Eifel, etc, locais curriculares, mesma coisa. O de arte moderna, fantástico e pouco visitado, tranquilo. Mesmamente o Salvador Dali em Montmartre.

As férias de julho e agosto (como aqui de minhas netas, e só por isso fomos no verão) despejaram hordas de pessoas na cidade, tudo somado ao período pós/pandemia; todo mundo livre, leve e solto e sem máscaras. Nesse ponto achei ótimo. Informação, educação (e vacinação com controle governamental uniforme) e assentamento da drástica redução do vírus, como constatado em postos a cada esquina, conscientizaram as populações educadas.

No dia em que voltei foi anunciada nova onda de calor por eles chamada canícula. Hoje vejo na televisão as pessoas tomando banho em chafarizes pela cidade. Registro um fato para mim surpreendente. Um calor que seca, É SECO, diferente do nosso, um verdadeiro inferno.

Felizmente os céus resolveram baixar dez graus enquanto estive lá, e nesse espaço, com minhas netas, filha e mulher, pude reviver muitos sonhos e possibilitar conhecerem a cidade , reportando um pouco de sua história. Para mim e minhas netas, inesquecível e indelével. Gratidão a Deus.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 03/08/2022
Reeditado em 04/08/2022
Código do texto: T7574367
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