TENEBROSIDADE POLÍTICA

TENEBROSIDADE POLÍTICA

Até bem pouco havia no Brasil somente um mandatário, aquele que mandava e acontecia, mandava tanto que nem mesmo os seus pares já não estavam suportando. Na verdade, não parou, mas, apenas o deixou engasgado – com a mesma rapidez com que fora dado a sentença contra seu desafeto, num curtíssimo espaço de tempo, foi disparado o míssil destruidor irradiando luz e afastando as trevas reinantes do sistema. Nem precisa dar nomes, todos os brasileiros estão atentos ao momento tenebroso da nossa política. As trevas não combinam com a luz, quando menos se espera nessa negritude, abre-se um clarão de esperança de que as coisas esperadas para que se ajustar o país a uma real democracia. Nem mesmo com todas as certezas jurídicas declaradas da mais cristalina verdade, surge de inopino uma nuvem negra querendo abafar. Chiitas gritam, esperneiam, xingam, correm para todos os lados fazendo barulho como se fossem ouvidos. Nunca se entregam, nunca foram amantes de sua Pátria, se não, apenas, amantes de si mesmos, defensores do seu bem estar, usurpadores da boa-fé, espalhadores de fumaça, caliginosos. É bem verdade que ainda existem brasas na fogueira, vez por outra é um sopro da direita, dez sopros da esquerda (até produz algumas fagulhas) – a questão das “urnas infalíveis”, questão ainda não resolvida, mas cheia de fagulhas, ou serão apagadas de vez, ou poderão acender uma grande fogueira pelas forças de quem as tem. Quem lê, entenda! É assim que temos caminhado nesses anos entremeio a essa tenebrosidade política que nunca acaba, ou, pelo menos parece não acabar. O povo que fazia festa nos comícios, que aceitava as ofertas dos shows milionários financiados pela “Lei Roaneut”; o povo que brincava com as apresentações de candidatos nunca vistos nos páreos eleitorais, tais como o lendário Cacique xavante Mário Juruna, líder indígena filiado ao Partido Democrático Trabalhista, o primeiro político indígena do Brasil. No seu discurso em 19 de abril de 1983 quando, no Dia do Índio prestou a homenagem seguinte: “Eu não vim fuxicar com ninguém, eu vim trabalhar, para defender o meu povo, eu vim aqui para lutar. Eu quero que gente comece a respeitar nome de Juruna. Eu quero que trate índio brasileiro o mais possível dentro do melhor. Cada um de nós tem consciência e cada um de nós tem capacidade. Ninguém tem menos capacidade.” Se dizia que Juruna sempre carregava um gravador, prevenindo qualquer surpresa. Que certo dia, ficou zangado, querendo descobrir quem é que havia colocado dinheiro em sua conta. Certo é que, decepcionado voltou para sua gente, e nunca mais se soube até sua morte. Outro caso há que, jamais qualquer brasileiro vai esquecer: “Vote em Tiririca, pior não fica”, durou pouco tempo, e ele viu que havia ficado muito pior, muita coisa aconteceu em torno de seu nome e mandato, foi preferível voltar a ser palhaço. Na verdade, o Tiririca foi honesto, penso que em viu quase tudo, vinha assistindo uma palhaçada e, por isso mesmo não tinha qualquer compromisso, a não ser pelo que carregou durante a sua campanha. Pois, bem, sabemos que brasileiro, pelo seu bom espírito, gosta de favorecer a vida, em muitas vezes levando tudo na brincadeira – bastava o Novela, futebol e o carnaval (eles ainda estão vivos) disseminadores de futilidades e desinteligência. No entanto, isso mudou bastante, ainda não para o ideal de um povo culto e esclarecido, mas, tem mudado para melhor, já se diz que: “O Brasil acordou”, as trevas vão sendo desfeitas e a luz começa a brilhar, todos estamos esperançosos de uma Brasil melhor, e na certeza de que será o País mais importante do mundo. Parafraseando a Palavra Sagrada: “...os ímpios, armam o arco, dispõem a sua flecha na corda, para, às ocultas, dispararem contra os retos de coração.” Num país de maioria cristã, onde boa procura viver uma vida digna, pode entender que o inimigo anda às espreitas, na tocaia, pronto para atacar. “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo”, os fundamentos da fé é que nos mantem firmes e jamais serão destruídos por qualquer nuvem negra, a fé triunfará. “O Senhor põe à prova ao

justo e ao ímpio...” Ao justo, a prova para aprova-lo, e ao ímpio, a prova para reprova-lo. Por fim, havemos de vencer essa tenebrosidade política.

24-04-2022