PESSOAS DE CÉREBRO FRÁGIL – DESALMADAS

PESSOAS DE CÉREBRO FRÁGIL – DESALMADAS

1ª Parte

Não é para contrariar médicos, psicólogos e nem teólogos, mas induzir a um pensamento epistemológico, ou seja, uma reflexão, respeitando os limites do conhecimento humano, como aplicado nas relações que são estabelecidas entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do conhecimento – isso se diz de uma epistemologia. Pois bem, vamos delinear um pouco do que se sugere por pessoas de cérebro frágil, e, ou, pessoas desalmadas. Por volta do século VI a.C. admitia-se que o cérebro fosse o repositório da alma. Pouco mais tarde Hipócrates advogou a supremacia do cérebro como a fonte de nossas faculdades intelectuais. Galeno, cerca de quinhentos anos mais tarde, tendo trabalhado no desenvolvimento do cérebro, confirmou que a “alma” achava-se localizada em algum ponto do mesmo e, além disso, que existem nervos motores sensoriais ligados às suas diferentes partes. Com a chegada do século XVII, o foco passou dos ventrículos para os hemisférios cerebrais – das cavidades do cérebro para a substância do mesmo propriamente dita. Estaria alma e mente ligados um ao outro? Surge então, em René Descartes (1.596-1.650) uma distinção radical entre a mente e o corpo, enfatizando a natureza mecânica do corpo. O seu dualismo capacitou tratar o cérebro de maneira mais mecânica que desejasse, estabelecendo a necessidade de um ponto de contato entre os dois campos, designado por glândula pineal na base do cérebro, como localização da alma. Pois bem, se a pessoa não passar de um “cérebro”, não há lugar para a mente ou, talvez nem sequer para a personalidade. A estas situações, muito embora sendo uma antiga conjectura, me ajuda em considera pessoas de cérebro frágil – desalmadas. Segundo o Dicionário, desalmado, se adjetiva a pessoas que não se comovem nem se sensibilizam diante do sofrimento alheio; que não consegue nem pode corresponder o amor recebido; desumano: marido desalmado; seu chefe era um desalmado – sem coração. Essa compreensão ajuda a identificar pessoas com tais personalidades – maus políticos, maus juízes, maus maridos, maus filhos, maus professores, maus médicos, maus psicólogos, maus padres, maus pastores, etc. Tudo disso serve para nos ajudar em compreender essas pessoas como tendo cérebro fraco – desalmadas, sem coração. Numa palavra de sabedoria, orientada pela Bíblia em provérbios 4.23, diz: “Do coração procedem as fontes da vida”. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. Aqui aparece o “coração” – centro das emoções, o que me sugere amor, romantismo, alegria, sofrimento, paixão. Me dá a ideia de que, o coração faz despertar a alma, momento em que o corpo apenas trabalha no cumprimento de sua função, deixando, portanto, transcender ao que o cérebro não mais é capaz de segurar por sua capacidade em combinar todos os neurônios para uma resposta meramente racional. Aqui, respira a alma! O apóstolo Paulo orienta o crente a ser “transformado pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita a vontade de Deus”. (Rm 2.2). Seriam crentes de cérebro frágil? Desalmado? Por um momento, sim, porém, ainda com a chance de se “renovar”, ser colocado nos trilhos da fé, a fim de dar suporte a alma. Começo a entender a função do “corpo”, “alma” e “espírito. Vamos lá: O corpo determina as suas funções quando ele carece de uma resposta (vamos colocar assim) mecânica: sente fome, sente sede, sente dor. No entanto, quando a minha mente pensante determina uma resposta ao que penso, este é o meu “espírito” – o meu comando na utilização das forças do meu corpo – desejo fazer isso ou aquilo; decido que vou caminhar; olhando para o céu contemplo a grandeza do Criador e desejo interagir com Ele. Exatamente aqui, aflora o desejo em satisfazer o que vai além da racionalidade pura, “minha alma anseia, “a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42.2). Ainda: “amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças. O coração que ama, a alma que anseia, todas as forças – todas as capacidades do corpo – a vida, o mover da vida. Corpo, espírito e alma, representando o ser humano na sua totalidade. O contrário disso tudo, recebe o auxílio da compreensão, não científica, mas do senso comum – pessoas “desalmadas”, seriam por ventura “sem alma”? ao que parece, a isto sugere. Cérebro frágil? Ao que parece, de uma mente fraca, pouco capaz. Não seriam assim, a maioria que detém os três poderes? Pessoas que não amam (sem coração); pessoas pobres de espírito (objeto); pessoas sem alma (fora da realidade eterna).

19-04-2022