Controvérsia do Político Calabar

Se, para a História do Brasil, Calabar foi traidor por ter passado para o lado dos holandeses, para Porto Calvo, histórica cidade alagoana, onde ele nasceu, ali houve um plebiscito para que a população o julgasse herói ou traidor, cujo resultado deu herói.

Nesse troca-troca de paritidos políticos, cuja data expirou ontem, alguns estão sendo considerados traidores, porque, ao se concretizar a mudança, já alegam que não vão cumprir determinados acordos. Ou seja, querem alçar voos mais altos, não se contentando com o que o partido estabeleceu. Nessa discórdia, já não se sabe se é o Calabar da história antiga ou da mais recente, a da população de Porto Calvo. Lá ele é heói e ali mereceu uma estátua no local onde foi enforcado.

A propósito do persistente presidenciável, cujo acordo de bastidores, quem é de fora não viu, só ficou sabendo o que ele disse no dia seguinte: "Eu não desisti de nada". E isto lhe rendeu a promessa de impugnação de sua filiação, cuja cúpula do partido também já desistiu dessa medida. Assim, não se sabe se o presidenciável "desistiu de desistir", como também o partido desistiu de puni-lo.

O certo é que a sua pré-cadidatura continua de pé, tal aqual aquele, cujo partido escolheu outro, mas nem assim o presidenciável desistiu. O que desistiu mesmo foi de ser governador. Ora, deixar de ser governador, com a intenção de voar mais alto, já está confirmando que também quer ser presidente. Enquanto isso, não desistir ou desistir de desistir, tem gerado uma confusão na cabeça do eleitor, que não deve desistir de votar no dia 2 de outubro. Até lá, o cenário terá mudado, com a redução de candidatos. Mas, se ninguém desistir de concorrer, o leque continua bem amplo, com maiores opções para o eleitor.

E, em havendo segundo turno, veremos quem tem as costas mais largas. O Calabar da história antiga ou o da mais recente, que, em sendo vitorioso, ao eleitor não importa se herói ou traidor.

Não é isto mesmo que tanto se vê na política?