ASAS DA PARTIDA

ASAS DA PARTIDA.

As partidas trazem alegrias ou tristezas, se dirigem ao encantamento e aos prazeres sempre sonhados, ou colocam distantes aqueles que nos são próximos. O destino está definido pelas vontades alimentadas e pelo sonho. Viajar e conhecer outros povos, outras culturas, sempre foi a meta do homem que alimenta sua curiosidade cultural expandida. É errante desde os primórdios. Ninguém que viaja para o sonho quer viver um pesadelo.......

Mas há uma partida sem volta, sem destino certo, sem certezas. A última partida. Nas asas da imprevisão voam aladas preciosidades que deixam rastros significativos, fortes, marcas que poderiam ter maior alcance, mas a limitação humana não permitiu. Uns voam ensombrados nessas asas, outros iluminados.

Há vidas recônditas, descobertas depois que partem nessas asas monumentais, que levam para o desconhecido quem com largueza e em grau maior poderia e deveria ter a recepção devida enquanto não partiu. Mas restaram silentes do que tinham a oferecer, seus valores, atarefados em construir o melhor, em sonhos não revelados e recusados pela desordem humana. A vontade não ultrapassa os limites do falso teatro humano, não permite que o bem vença o mal.

São essas asas que a todos vêm buscar. Não escolhem o bom ou o mau, não seleciona a miséria ou a riqueza, todos devem fazer a grande viagem. Não importa o grau de conhecimento ou compreensão pela vida deixada, mas como ela foi vivida, sem combate ao amor a todos, indistintamente, sem resquício do azedume da vaidade que nada edifica, dirigida para incentivar a fragmentação humana e divisão dos homens, por riquezas, poder, conhecimento ou crença.Que fazem escola na inveja, na avareza, na escuridão onde crescem complexos e frustrações.

É preciso estarmos limpos em hora de resgate dessa partida avassaladora que invade o mundo de forma incomum. Remir, pedir perdão, afinar as tênues linhas da boa vontade, sufragar e festejar o amor.

Não adianta ter medo. Justos não têm medo. Estão limpos para as asas levarem à luz maior.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 01/02/2022
Código do texto: T7442722
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