Uma certa estátua, em um certo lugar

Li ‘O conde decaído’ de Eliane Brum onde a autora conta as desventuras do personagem (estátua), me indaguei – para que elas servem mesmo? São uma homenagem a alguém que prestou algum serviço ou desserviço – depende de quem olha – à sociedade. Recentemente, uma foi chamuscada sem sérias lesões, a não ser na sua imagem histórica.

Pelo mundo a fora foram arrancadas, derrubadas e até afogadas. O que causou horror dos historiadores. Entendo o valor histórico, os homenageados, decerto alguma coisa para bem ou para mal fizeram. Mas alguns são questionáveis quando confrontados com uma visão diversa.

Nossa atualidade talvez gere muitos ressentimentos até mesmo a fúria na sociedade que tenha o desplante de homenagear figuras que causam asco o pronunciar do nome. Ouso dizer que poucos personagens da história atual subam ao pedestal da praça pública. Estudando Educação Patrimonial aprendi que o patrimônio deve ser reconhecido e respeitado pela comunidade e não o resultado do poder financeiro do homenageado ou de quem homenageia.

Sai mais em conta, fazer um busto e doar a um museu. Com essa atitude, pouparia o homenageado de ‘decair’ a urinol público e/ou serem alvo preferenciais dos pombos.Economia de material.