MEMÓRIAS VIVAS

MEMÓRIAS VIVAS

Uma casa de madeira com cobertura de tacos...

Uma janela de tábuas em cada cômodo

e em cada janela uma xícara com água e rapadura para os passarinhos se deliciarem.

No portão de chegada, uma primavera de cor laranja recepcionando quem chega.

Na sala, um sofá antigo coberto com tapetes feitos de pano de saco retalhos.

Na parede, um rádio a pilha dos anos quarenta que ainda funciona na estação local.

Os retratos dos antepassados ficam expostos parede afora.

E sem contar os quadros dos sagrados corações de Jesus e de Maria.

Nos quartos, camas com os colchões de palha e capim cobertos com coxins de retalhos coloridos.

Na cozinha, cadeiras de madeira feitas pelo carpinteiro da freguesia,

mesa de tábuas largas retiradas do pinheirão que foi tombado para a plantação.

No canto, um fogão de lenha com um pau bem grosso e em brasa no canto...

Uma chaminé soltando fumaça em meio às araucárias daquele cafundó.

Na porta da cozinha, em meio àquela terra preta, muitas galinhas caipiras catam alimentos.

No chiqueiro, um porco engorda lentamente e quando estiver no ponto será frito e consumido pela colônia.

Uma vaca leiteira abastece a família todas as manhãs nos cafés e mamadeiras.

Uma junta de burros pastam no piquete, estão de plantão, pois a qualquer momento podem ser convocados para irem ao vilarejo puxando o carroção.

Bem perto da residência, uma grande banqueta e lá em baixo, um riacho cristalino que enriquece o lugarejo com suas águas e alarido relaxante.

Nas garras das araucárias, muitos ninhos de pombos e jacutingas.

Ao redor daquela residência, muita mata e pouca terra produzindo.

Os ilustres moradores são: poloneses que fugiram da miséria em que passava a Polônia.

Esse é o retrato de uma morada nas terras do sul no início do século vinte.

Hoje, tudo é diferente, o progresso também chegou por lá e que bom que chegou!

Portugueses, Italianos, Alemães, poloneses... todos cresceram e não perderam suas tradições.

Que bonito!

Que possamos aprender com eles essas coisas boas que também nós temos

e às vezes não as valorizamos.

Um povo sem memória é um povo fácil de ser dominado!

Por falar nisso, você sabe o nome do seu bisavô, com quantos anos casou-se, o que fez e quando morreu?

É isso!

Acácio

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 12/11/2007
Código do texto: T734004
Classificação de conteúdo: seguro