MARAVILHADO





Durval Carvalhal





Blog do Gutemberg: Jorge Papapá e a música barroca


         

          Num passado já distante, quando morava no bairro de Itapuã (Salvador), JORGE PAPAPÁ costumava reunir amigos para avivar gostosos saraus, predominante musicais.
          Em vários desses eventos, ele empunhava o violão e cantava a então nova e bela composição: MARAVILHADO; fazia-se um silencio sepulcral; todos nos vestíamos de Machado de Assis, sem cara, sem fisionomia.
          Jorge é um compositor admirável, tem o condão de pegar a poesia no ar invisível e trazê-la para a realidade musical, em consonância com o belo e o poético. Não foi à toa que astros como Ivete Sangalo e Daniela Mercury já gravaram músicas suas.
          Ontem, domingo de abril pandêmico, ele me telefonou de Brasília para falar da nova versão daquela obra prima. MARAVILHADO é uma música bonita em todas as vertentes: letra, melodia, harmonia e ritmo.
          Nunca esqueci seu forte refrão:
“Então me diz porquê... fiquei tão maravilhado”? E na voz doce e afinada de Marcela, Maravilhado fica no rol das suas ‘Bellas' canções.
          Versa sobre uma estória intrigante de uma menina “tão magra, feia, chocha”, parecida com Diva de José de Alencar quando adolescente; “assustava até tarado, aquele jaburu de moça”.
          Concluíram os antigos filósofos que o belo é aquilo que invade a alma e se instala no coração; e um rapaz que olhava aquela feiura humana sentiu-se atraído por algo invisível que jorrava do interior daquela jovem.
          E foi aí que, espantado consigo mesmo, ele se perguntou, como forma de súplica aos céus:
- Então, me diz porquê ... porquê ... fiquei tão maravilhado?


Veja  Maravilhado: https://www.youtube.com/watch?v=-yQvH22fAP0



 
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 05/04/2021
Reeditado em 22/05/2021
Código do texto: T7224872
Classificação de conteúdo: seguro