Saudade


 
Como nunca pude imaginar, tenho trabalhado a saudade
essa dor que pulsa no corpo inteiro, abala a alma, e que se não
a dominarmos, ela nos tira do prumo, e também o coração.
Não pretendo desistir da vida, e por mais exagerada que eu seja,
vou controlar o meu excesso, sinto demais as emoções.
Faz tempo que sei, a  minha marca é o extremo.
Da dor à alegria. A dor do outro, tem sido difícil demais assistir,
são muitas dores, e se dói neles, também em mim, dói.
Voltei para minha casa, quero sentir que a solidão vai ajudar, 
a solidão física. Amo a minha companhia, sei lidar comigo.
Senti saudades daqui, mas espere aí, senti mesmo?
Estava sim, com saudades do meu cantinho, com o meu toque
pessoal. Depois de tanto tempo a casa fechada, estava igual,
cuidaram direitinho dela, enquanto eu estive fora.

Fiquei olhando as coisas que chamo de minha, fui pensando
que nada de fato é nosso, o que temos são nossos sonhos,
ou não, temos o nosso interior que não se deixa abater,
somos sobreviventes e como tal, sabemos que está em nós
procurarmos cada vez mais tentarmos vencer.
Vamos vivendo e adiando tantas coisas, num tempo assim
inesperadamente livre, pelo menos colocar em ordem
os pensamentos, e deles vamos aos poucos nos apropriando,
sem fazermos confusão com o certo e o errado.
Coisas, objetos, vaidade, tudo isso não tem importância,
não em minha vida. Quando vi estava chorando, sentindo algo 
inexplicável... Saudades, saudades de tudo e de todos.
Durante uma vida inteira fui essa que coloca os sentimentos
para fora, não tenho como mudar o meu jeito de ser.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 26/03/2021
Código do texto: T7216256
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