Faltando açúcar
             no planeta



     1. Há um escritor espírita, que quando leio seus livros, entro imediatamente em estado de meditação. 
     Não é o saudoso Chico Xavier. Do nosso querido médium, tenho vários livros. Por exemplo os que ele escreveu pelo espírito Humberto de Campos, o Irmão X, no mundo espiritual.
     Como Humberto de Campos  é um dos escritores de minha preferência, posso afirmar que seus livros, psicografados por Francisco Cândido Chavier, são rigorosamente fiéis ao seu estilo. 
     
2. O escritor espírita ao qual me refiro é o Juiz de Direito paulista José Carlos de Lucca, com mais de um milhão de livros vendidos. Cito estes: ""O médico Jesus", "Recados do meu coração", "Vale a pena amar" e o "Amigo Jesus". 
     Dei alguns desses livros de presente a amigos, independente dos seus credos. Todos aprovaram, até quando o autor trata da reincarnação.
     
3. O "encarceramento" ao qual estou submetido por causa do virus chino, repetindo, tem me feito um bem danado. Tenho dormido e acordado lendo velhos e novos livros. Mais os velhos porque há quase um ano não entro na única livraria que sobrou em Salvador, a Cultura.      Todas as outras desapareceram, até a Saraiva. Sim, isso na terra de Rui Barbosa e Castro Alves.
     
4. No silêncio do cárcere covidico, disciplino minhas leituras, recolhendo com calma, de cada uma delas o que de útil um bom livro oferece. O certo não é somente ler livros: mais importante é degustá-los. 
     Foi o que fiz, lendo  "Pensamentos que me ajudam", livro do espírita José Carlos de Lucca.  Um livro a ser degustado, pois, caminhando por suas páginas, a gente aprende a viver feliz neste velho mundo. 
     
5. Viver feliz? Como viver feliz num mundo onde imperam a discórdia, a ganância, a desconfiança, a traição, o embuste, a inveja, a desigualdade criminosa?
     Para não guardar comigo e suportar sozinho tudo isso, dia desses, dividi com uma amiga  essa minha revolta. E ela, generosa e com os pés no chão, foi me dizendo que estava exagerando. E completou: "Há muita coisa boa neste vetusto planeta". Fiquei menos irado. 
     
6. Voltando ao escritor espírita. Avançando na leitura do seu livro, "Pensamentos que ajudam", encontrei um texto com esse título: "Hipoglicemia", ou seja, com pouco açúcar. 
     Como um diabético curioso, me pus a ler o texto com a devida atenção. Esperançoso, talvez, de encontar coisa mais nova que o Glifage, responsável pelo bom comportamento do açúcar no meu sangue.
     
7. No texto "Hipoglicemia", José Carlos não trata do diabético, pessoa. Para ele o hipoglicêmico é o mundo.
     A certa altura, ele diz, textualmente: "O mundo está  hipoglicêmico"; e explica: falta-lhe doçura.
     E mais adiante : "Quando falamos de doçura, falamos de meiguice, ternura, brandura, suavidade e delicadeza". E termina: "Assim a vida fica bem melhor de se viver".
     
8. O Juiz espírita José Carlos de Lucca tem toda a razão.  Falta ternura nos quatro cantos da Terra... Às vezes, fico pensando que moro num mundo selvagem. Antes fosse um mundo diabético, um mundo hiperglicêmico.  
    
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 18/03/2021
Reeditado em 18/03/2021
Código do texto: T7209954
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