Roteiro da tragédia

Adiei muito, mas hoje preciso escrever... talvez para ordenar as ideias em meio ao caos. Todavia, sobre o caos, já escrevi uma vez. Talvez incida no risco de repetir algo dito por mim ou de alguém , sem medo de plagiar. A dor, a revolta, a desesperança é a tônica nessa sucursal do inferno que o Brasil se tornou. Dito isso, não corremos o risco de plagiar ou repetir.

O Brasil está doente em todos os sentidos. A Mãe Terra sofre espasmos abortivos, como se quisesse expelir algo que destoa da Criação. Mas também não vamos despejar nosso ressentimento por uma história que não construímos sozinhos. Todas as mazelas do Mundo Antigo, aqui encontraram terreno fértil e uma elite talhada sob medida para ser a mão que segura a chibata, assiste "perplexa" o resultado. Um país de desigualdades abissais e vergonhosas. Um povo que foi deseducado para ser escravo pela eternidade. E agora, assiste inerte um genocida, plantar corpos num cemitério com proporções continentais.

Por todo canto, choro e corpos de um povo desatinado e abandonado à sua própria sorte. Alguns, de tanto sofrimento, nem o Céu buscam. Outros ainda compram lotes no lugar que mercadores da fé vendem, nem que seja no inferno, sendo bem maquiado, tem até um messias...

Por que ter reservas em usar o nome disso aqui? Faz tempo que deixou de ser Nação. Quando decidiram acumular, além dos cofres, passaram a potencializar lucros usando todo o ouro que tinham e foram colocando "zeros" na sua megalomania. Agora estamos na estratosfera de lucros em um eixo terrestre que não tem nada de imaginário - a fome. Conseguiram providenciar uma peste mais eficaz para diminuir a quantidade de bocas para alimentar, aumentando lucros e eliminando a cobrança por justiça social.

Os gerentes locais, testam a resistência do povo cobaia desimportante, são números, morre um e a vaga é logo preenchida pelo excedente. O Brasil é o país do futuro - deles. Venham, peguem o que aguentarem levar por quê tá na promoção e sem "caixa". Não é exagero, tem até roteiro a seguir. O último a sair fecha a porta!