DIA 2 DE 30 - O QUE ME MOTIVOU A GOSTAR DE LIVROS

LE: Escreva sobre o que te motivou a gostar de livros, ler e, consequentemente, escrever? Algum parente, amigo? Qual sua história com a leitura?

IOLETH:

Me recordo quando era criança, aos cinco anos de idade, meu pai insistiu para que eu começasse a frequentar a escola. Fui alfabetizada aos cinco anos. Algo nada comum naquela época. Nas escolas públicas dos anos setenta, as crianças só podiam entrar na primeira série com sete anos de idade. Então fui impedida de iniciar a primeira série, mesmo já lendo tudo perfeitamente. Permaneci nas turmas de alfabetização, mas com um diferencial. Minha professora me dava tarefas diferenciadas. Isso foi me aprimorando na leitura e gostando de ler.

O meu pai sempre gostou de ler. Tomava emprestado livros da biblioteca pública da cidade e levava pra casa. Então eu sempre o via com um exemplar literário nas mãos. Ele tinha uma paixão especial por astronomia e passou pra mim essa paixão.

Como ele tinha habilidades manuais consideráveis, ele sempre me levava para a oficina. Para me distrair ele me dava livro. Eu ficava escrevendo e desenhando nos livros. Daí nasceu minha habilidade com as artes plásticas também (risos).

Aos oito anos de idade, brincando de teatro, fazendo o papel de professora, consegui alfabetizar minha prima de seis anos de idade, usando a mesma metodologia que a professora usava comigo. Fiquei feliz da vida quando ela conseguiu ler a cartilha sem a minha ajuda. Não imaginava na época, que aquelas brincadeiras eram previsões do meu futuro como professora. Incorporei as brincadeiras e ao tornar-me adulta, transformei em profissão.

Durante a minha adolescência, comprava Bolsilivros da Ediouro para ler. Como os recursos financeiros eram escassos, eu combinava com o dono da banca trocar os exemplares que eu já tinha lido, por exemplares novos, fazendo rodízios.

Foi nesse período que me apaixonei por histórias do faroeste selvagem e por histórias de espionagem. Lia muito as aventuras de Brigite Montfourt. Era minha personagem favorita. Uma garota linda, morena, cabelos longos e olhos azuis. Ela usava a beleza como artifício para encantar os caras e resolvia facilmente os casos que chegava às suas mãos. Muito inteligente e sagaz, ela conseguiu resolver os mistérios mais cabeludos. Nenhuma missão era difícil demais para ela. Era apaixonante e destemida.

Quando comecei a trabalhar e ganhar meu próprio dinheiro, boa parte ia para compra de livros. Me filiei ao Círculo do Livro que comercializava excelentes títulos pelo correio. Vinha o catálogo com as ofertas e eu fazia o pedido pelo correio. Ficava empolgada que acabava comprando mais livros do pedia o contrato. Naquela época, para se filiar ao Círculo do Livro, você tinha de comprar um livro por mês. Eu cheguei a comprar dez livros por mês. Lia todos. Ficava até duas, três horas da manhã lendo. Meu padrasto brigava para eu apagar a luz. Para continuar a ler, eu pegava uma lamparina à querosene e colocava embaixo de uma tamborete, para não iluminar o teto, e ficava lendo até de madrugada.

Apesar de dormir tarde, tinha que levantar cedo para ir trabalhar. Na época era estagiária na Caixa Econômica. Os estagiários tinham que chegar mais cedo para preparar o ambiente de trabalho para os demais. Eu levantava. Tomava o meu banho. Tinha que lavar bem o nariz, porque ficava preto de fumaça da lamparina. Apesar da sonolência, ficava feliz da vida por ter mergulhado em leituras prazerosas.

Nessa época, comecei a associar a minha paixão por astronomia com o fascínio por OVNIS. Li todas as obras de Erick Von Daniken. Não lembro como escreve o sobrenome do escritor, mas gostei especialmente do livro “Eram os deuses astronautas?”. Muitas coisas que li naquela época me ajudaram a melhorar como pessoa e a desenvolver meu intelecto, tornando-me pesquisadora.

Atualmente, faço pesquisas sobre qualquer área, qualquer assunto que me desperte interesse. Isso me ajuda muito no desenvolvimento do meu trabalho como consultora acadêmica. A paixão pela leitura me fez mergulhar na escrita de forma frequente. sinto necessidade de me expressar e o faço através da escrita, já que tenho dificuldade de falar de mim para as pessoas por ser relativamente tímida. Um diferencial (risos). A escrita tornou-se parte de mim.

A tá, ia esquecendo. Sempre gostei de ler Gibi (as famosas revistinhas em quadrinhos). Especialmente as revistas do Homem-Aranha. Tenho os três primeiros exemplares, em formato livro, em preto e branco. Relíquias. As mantenho comigo. Li bastante durante a adolescência, os romances Sabrina, Júlia, entre outros. Eram romances envolventes e que faziam essa leitora assíduo, sonhar com um grande amor. Acabou se tornando uma mulher apaixonada por se apaixonar (risos). E dessas paixões, resultaram muitas poesias e oito publicações.

Mas, durante o ano de 2020, em plena pandemia da Covid-19, não consegui escrever. Fiquei um longo período com ressaca literária. Só consegui voltar a escrever em novembro, quando escrevi dois artigos científicos. Fiquei feliz da vida quando comecei a escrever novamente. Da mesma forma que estou feliz por ter cumprido a tarefa do segundo dia da jornada, produzindo entusiasticamente 810 palavras.

Ioleth Araújo

03/02/2021

#modeon

#modebrasil

Ioleth Araújo
Enviado por Ioleth Araújo em 28/02/2021
Código do texto: T7195243
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.