A casa dos meus avós

Essa semana li um texto no Facebook que falava sobre a casa dos avós, sua importância na União da família, os almoços, e um certo romantismo ao relembrar a história do vô e da vó.

Inspirada nisto resolvi escrever também.

Eu convivi apenas com meu avô paterno que morava no mesmo quintal que eu. Os almoços na casa dele também se davam aos domingos, comíamos galinha ensopada com macarrão goela de pato, meu avô matava 3 galinhas e fazia um grande panelão de comida como ele costumava dizer. Aos poucos a família foi deixando de aparecer aos domingos e ficava só a gente mesmo.

Aí termina todo o romantismo que aquele texto me trouxe. Gostaria que tudo se encaixava como aqueles escritos. Mas a vida real é muito mais dura.

Meu avô começou a se envolver com umas pessoas que não eram boas companhias, aos poucos eu também deixei de ir a casa dele. Senti falta do baralho de copas que costumávamos jogar na sala da casa dele.

E sobre a história dele com minha falecida vó. Pelo que eu me lembre não havia nada de romântico também. Eu de fato nunca a conheci, quando eu nasci ela já havia morrido.

Uma vez minha vó soube que meu avô estava traindo ela com uma mulher na ponte no fim da nossa rua. Minha avó agarrou a espingarda e foi atrás dele. Tiveram uma briga feia, meu avô apontou a espingarda para minha vó, quando minha falecida tia Rosa entrou na frente. Resumindo a história, meu avô enterrou a espingarda em alguma parte do nosso terreno, não sabemos onde. Meu avô ao que tudo parecida guardava uma certa mágoa da falecida tia Rosa por ter sido ela a contar para minha vó da traição.

Enfim, hoje todos estão falecidos. A história da casa dos avós não é tão bonita como naquele texto que li. Gostaria de poder contar uma história mais romântica, mas infelizmente minha família paterna nunca soube que é ser família de fato. Os encontros em família eram poucos, meu avô não nutria boas amizades, e por fim quando ele faleceu todos os irmãos entraram em uma briga doentia pelo terreno que de tão pequeno nem comportava todos.

As vezes eu penso que se a vida tivesse sido escrita de outra forma talvez eu pudesse ter crescido na família de minha mãe e teria sido bem mais feliz como a composição daquele texto " A casa dos avós".