Geração Z

Ontem, em tempos de pandemia, sentada corrigindo algumas tarefas no computador, me surpreendi com a criatividade dos meus alunos no quesito "enrolação". Em algumas questões dissertativas, as quais precisavam ser registradas na plataforma, pude perceber que os jovens aprendizes estão divididos em certos tipos, de acordo com suas respostas.

O tipo organizadinho, ao invés de escrever a resolução do desafio no lugar destinado a ele, deixa sempre um recadinho com um "no caderno", como se o bloco de folhas unidas por um espiral pudesse ser consultado em meu laptop.

Há aquele tipo distraído, meio fora de sintonia, que nunca entende um exercício cuja resposta seja dissertativa e, simpaticamente, escreve um "não entendi".

Também há o tipo "embromation" que tenta enrolar o professor com uma dúzia de palavras pescadas aqui e ali no enunciado do próprio exercício.

Mas o tipo que mais me intriga é o digital. Representante maior da geração Z sempre procura as respostas na internet, copia e cola sem cerimônia. Dedos ligeiros, e 'zap', colado, nem se importa em ler para verificar se, de fato, a resposta está adequada ou se caiu nas armadilhas dos sites com tarefas prontas e incorretas.

Verdade é que, muitas vezes, me pego querendo comentar algumas dessas respostas, mas desisto. Certa vez, li em um anúncio, que fazia intertexto com uma passagem bíblica, "não atire pérolas aos porcos". Frase de impacto, mas oportuna neste caso, pois não adianta querer mediar a aprendizagem de uma geração que não quer aprender.

Sol Galeano
Enviado por Sol Galeano em 09/10/2020
Código do texto: T7083630
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