Fui hoje, novamente, acusado de ser uma pessoa calma e tranquila.

A boa alma que o fez não tem noção do vulcão que dormita em mim e que selei com uma rolha de seda.

Tais explosões podem surgir a qualquer momento e a única coisa que silencia meu apocalipse interior é a determinação em ser manso, humilde e pacífico por apenas mais um momento, mais um instante.

Tenho trabalhado, insisetentemete, em não permitir que desaforos, melindres, provocações e práticas exteriores me tirem desse estado de paz.

Seguro a resposta por um segundo, por uma mínima fração de tempo apenas.

A seguir, respiro profundamente e deixo exalar o primeiro impulso de resposta. Descobri que, por vezes, nem preciso responder. O próprio intelcutor, por vezes, se cala ou muda o tom da voz ou dissimula a provocação. O que vem a seguir é mágico. O vulcão se amansa sem queimar um fio de seda sequer.

A partir disso, minha mente plaina e paira como um mar calmo ou como um lago imperturbável até que soprem ventos.

Não se iludam.

O vulcão está lá e meu único trabalho é observar, respirar, pensar e focar em estender ao máximo possível os momentos de calma.

Se isso é ser tranquilo eu não sei, mas é o caminho que agora sigo...

Está escrito!