Quem nunca deu seu pitaco? Para ficar claro, me refiro a palpite, especificamente sobre algo que geralmente não se conhece o assunto, ou se conhece apenas superficialmente, mas que se insiste em comentar, dar opinião e muitas vezes até sentenciar. Também poderia me referir a dar opinião sem ninguém ter perguntado, mas vou me restringir ao se meter no que não conhece ou se conhece superficialmente. Também, em hipótese algumas, jamais estamos limitando a liberdade de expressão seja qual for. Este estando claro que em jargão popular estamos falando em não se meter no que não se sabe, vamos adiante. Miguem sabe tudo isto é fato, ninguém tem a verdade absoluta, nem se conhece a verdade eterna, a verdade é apenas temporária. Portanto a minha verdade hoje e apenas minha e temporária, embora possa ser a mesma para muitas pessoas e absoluta para outras tantas, enfim, vamos em frente com a clara noção de que não  somos os donos da verdade, ninguém o é em absoluto, nós humanos apenas aceitamos  e temos verdades transitórias. Mas mesmo sabendo disso, é da nossa “natureza” das pitacos, aceitáveis no cotidiano, nas roda de amigos, nos situações informais, mas inoportunas em determinadas situações. Pitacos podem ser ótimos para quebras certos paradigmas, tirar de certas linhas de  raciocino, nos libertar de círculos de pensamentos, em fim as vezes são o toque que faz a ficha cair, portanto não devem ser ignorados ou desprezados em absoluto. Mas, dito tudo isso, limitando o dar pitaco em se meter no que não conhece, vamos ao ponto específico que quero me referir e tomemos como exemplo o ditado popular que diz: “De médico e louco todo mundo tem um pouco”, embora este adágio possa ter infinitas interpretações o tomo emprestado para o meu exemplo, apenas para debater o fato de que mesmo que possamos nos automedicar  e resolver um problemas de saúde, como uma enxaqueca ou um problema estomacal, não temos o conhecimento necessário para diagnosticar e prescrever o tratamento mais apropriado. Para simplificar, deixemos as controvérsias de lado e, tomemos como ponto em comum que o médico é o profissional mais habilitado para tratar um problema de saúde, exclua também a visão mais holística de cura que poderia ser utilizada e que a verdade temporária de muitos deste profissionais os impedem de aceitar, mas sigamos em frente, simplesmente com o entendimento que existem pessoas mais habilitadas, adequadamente preparadas para tratar de certos assuntos que outras, obvio. Tomemos como exemplo e aceitável, que o médico é o mais adequado para cuidar da saúde física, que o encanador para resolver os problemas hidráulicos e assim sucessivamente, psicólogos, fisioterapeutas, professores, atletas e entre outros profissionais são as pessoas mais adequadas para tratar do assuntos que envolvem sua especialidade, afinal eles foram capacitados, treinados e preparados para atuar naquela área, isso é fato e uma verdade até aqui. Então é logico que mesmo que o médico entenda de psicologia, marcenaria e mecânica a referência sempre será sua formação em medicina, portanto podemos considera que suas opiniões sobre mecânica, psicologia ou marcenaria não passam de pitacos e não merecem o mesmo crédito que as da sua área da saúde. Digo tudo isso, para tentar deixar bem claro que cada um fala com mais ou menos conhecimento e propriedade, ou seja, é mais respeitado em sua área de formação que em outros áreas das quais apenas conhece superficialmente ou não raro e muito pior quando pensa que conhece. Aqui só lembremos das áreas das curas holísticas, para ampliarmos a ideia e o quanto isso é ignorado, seja por profissionais ou clientes, mas por hora deixemos isso de lado e voltemos.  Isto tudo é muito logico para nossas escolhas racionais, no entanto me parece que isto não ocorre quando as escolhas são emocionais ou afetivas, mesmo que para buscar curar as questões emocionais e afetivas e até espirituais seja necessário utilizar a mesma logica. O mesmo ocorre para os  profissionais, seja qual for a sua área de atuação, que buscam destaque em suas áreas, mas que ao invés de concentra-se em aprofunda-se na formações e  especialização no sua área de atuação, o que consequentemente lhe trará, mesmo que isso demande um período de tempo, respeitabilidade e reconhecimento em sua profissão, põe-se  a dar pitacos em todas as áreas, consequentemente perdem toda a credibilidade e respeito, e mesmo que dominem satisfatoriamente ou plenamente outras áreas precisam diferenciar-se e respeitar os especialistas. Aqui o colocar-se no lugar do outros, lhe cairia muito bem, mas sigamos. Neste ponto é preciso deixar claro, que não estamos nos referindo a superespecialização ou a delimitação de atuação de ninguém, pois existem excelente serviços sendo prestados por profissionais de diferentes formações. Contudo é bom lembrar que se dificilmente alguém deixaria o carro, independente da marca, para consertar em uma oficina que tem no letreiro da fachada: “Oficina Especializada em Mercedes, WV, Fiat, Volvo, Ford, Agrale e em conserto de Guarda-chuva e chuveiros em geral”. Mesmo que seja possível, encontrar bons serviços num estabelecimento desses, a credibilidade e respeitabilidade quando ao conserto de seu automóvel não é a mesma que a de um especialista da marca ou da concessionária. Portanto se você busca o melhor serviço, procure o mais capacitado para resolver o seu problema e não o que melhor expõe seus pitacos. E, principalmente, se você é um profissional de determinada área evite dar pitacos em áreas que você não conhece, ou pelo menos limite-se a deixar claro que é apenas uma opinião e não uma orientação profissional ou melhor explicite que é um pitaco, como eu estou bando o meu agora. Já agradecendo a paciência por em acompanharem até aqui, quero deixar um último pitaco, respeite a especialização de cada profissional, mesmo que você possa discordar, busque outras opinião se achar necessário e não caia na auto armadinha de  que só serve aquele que lhe diz o que você quer ouvir, esteja sempre aberto a aprender e fundamentalmente a respeitar. E por fim, sempre que possível e, geralmente o é, guarde seus pitacos para você, mesmo que você tenha o direito de dar os pitacos que quiser, esse direito lhe é retirado quando seu pitaco pode direcionar, induzir e comprometer a vida do outro , se você é um profissional seja, qual for a sua área, evite que seu “achômetro” se torne um emissor de pitacos, pois seu cliente busca seu profissionalismo não seus pitacos, e lembre-se não são o pitacos que te fazem crescer, tornar um excelente profissional ou um ser humano admirável, mas é o seu controle sobre seus pitacos que te faz crescer internamente, ser respeitado e reconhecido externamente. Fim do meu pitaco. Pense nisso. Boa semana.

 
Jaìr A Paùlétto
Enviado por Jaìr A Paùlétto em 30/07/2020
Código do texto: T7021606
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