Qual é a paz do amor?

Parem de romantizar o amor.

Muitos pensam que é possível encontrar a mornidade da paz ao amar.

Essa mornidade só é vagamente possível entre familiares ou quando se vive sozinho.

O amor é quente... sem momentos explosivos não existe.

O encontro entre dois mundos traz abalos e nos chama a sair da cômoda solidão.

Não se trata apenas de uma viagem, mas de uma intersecção entre sistemas planetários, onde os amantes (estrelas) levam consigo planetas (familiares) e satélites (círculo social). Não tem como permanecerem intactos. É preciso negociar para o surgimento de um novo sistema binário.

Ao visualizar outra pessoa, perceba seu entorno. Nunca é apenas um ser ou uma vida. São dezenas, talvez centenas de vidas das quais você terá que se cercar ou até mesmo deixar-se invadir.

Haverá choro e ranger de dentes. Haverá dissabores, desconfianças oriundas das inseguranças adquiridas antes mesmo do primeiro encontro e tudo no comportamento alheio contribuirá para o próximo passo ao abismo.

Um abismo que é o desconhecido mundo do outro.

Tão aberto que cismamos em não enxergar um palmo adiante e isso obviamente desperta medo.

O amor é aceitar enfrentar essas inseguranças, esses medos que nada têm a ver com o universo que o outro é.

Tem tudo a ver com um mundo que você até então só havia conhecido na comodidade.

Estacionado, nunca tinha sido posto à prova.

Esse desconhecido que todos chamam de "você", mas você o conhece como "Eu".