AMARGURA DE ESCREVEDOR

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Lastima-se o jovem escrevedor de que, quanto mais sucesso obtém em seus escritos, mais desafetos conquista.

Meu jovem, assim é a vida de um escrevedor, seja ele amador ou profissional. Quando reconhecem o talento de um escrevedor é para negá-lo a outros.

É assim, na vida, também; toda a pessoa que começa a obter sucesso em seus esforços, começa a ter na sociedade número incontável de desafetos.

"A felicidade de qualquer um é desespero para muitos”, diz Austregésilo no Mal da Vida. E vai mais além: “Dizer mal e gostar de falar mal de alguém é um velho costume da alma humana".

E por quê?

Porque "há na alma humana um misto estranho de bondade e de maldade, de infâmia e de perversidade. As proporções dessa mistura é que variam ao infinito. Desde o tipo bom, completo, que sufoca perfeitamente o que há de mal dentro de si mesmo, porque a lucidez e a largueza de sua consciência lhe permitem reconhecer e dominar a própria tendência perversa; até o malvado arrematado, cuja consciência estreita e sensibilidade moral embotada, não lhe permitem reconhecer o mal que vive dentro dele. Há nessa vasta série, a infinidade de caracteres que vemos diariamente na sociedade". (Conceptión Arenal, Delito Coletivo; tradução A. Amaral)

Será você, jovem, tão ingênuo que desconheça essas coisas?

Ora, você há de convir de que isso não é sério. Não é digno de uma pessoa que se estima aceitar essas adversidades dos numerosos amesquinhados. Sepulta-as sob a clara inteligência que te dotou a natureza.

No entanto, nesse seu esforço para ser um bom escritor, fique certo de uma coisa: Somos o que escrevemos. Sim, porque quando escrevemos, revelamos mais do que nosso pensamento. Revelamos também, o que somos socialmente, isto é, nosso conhecimento da língua, nosso nível cultural, nossa posição social, nossa capacidade de nos adaptar em certas situações, enfim nossa forma de ser e de ver o mundo. Por isso, o que escrevemos pode nos abrir quanto nos fechar portas. ®Sérgio.

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Se você encontrar erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquercomentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 17/10/2007
Reeditado em 02/06/2013
Código do texto: T698536
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