PEDRADAS
      Vejo que por aqui, muitos me julgam. São tantas pedradas que já estou me sentindo imortal. Mesmo assim, ainda continuo o mesmo de sempre. E por tantas pedradas, não me dei por vencido. A tal ponto que, parafraseando Jesus Cristo, posso dizer: — Atire a próxima pedra aquele que não tiver pecados.
      Não vejo ninguém capaz de fazer ponderações justas e acertadas sobre minha pessoa. Porque ninguém, absolutamente ninguém sabe nada dos meus atos, ninguém me conhece. Se dou algumas respostas malcriadas, disso não me orgulho. Mas, só me comporto assim quando mexem comigo.
    Sempre observei a vida dos personagens da Bíblia. Sansão era um cara orgulhoso. E de tão orgulhoso, dava até demonstrações desnecessárias de sua força. Mas, se olharmos para ele como homem de Deus, a coisa muda de figura. Porque apesar de orgulhoso, ele sempre defendeu os mais fracos. Completamente diferente de Sansão, era Caim. De tão invejoso, findou matando Abel. Pois assim é o invejoso. De tão despeitado, a criatura, se não consegue matar, tenta de todas as formas destruir os outros. Tudo tão somente por inveja, por mais absoluta inveja. Ou seja, o orgulhoso apesar de ser cheio de si, pode ainda ter bom coração —  o invejoso nunca. E isso é fácil de perceber pelas atitudes de algumas pessoas.
    No passado,  a minha resposta foi dura às críticas de uma senhora. Mas, ao dar aquela resposta, por e-mail, não o fiz por inveja e maldade: fiz simplesmente por ela ter me atacado primeiro. Apesar de tudo, tenho um passado digno dentro desse espaço e nunca ofendi injustamente ninguém. Prova disso é que sempre estimulo as pessoas que sabem escrever bem. E se alguém escreve melhor que eu, não alimento um pingo sequer de inveja. E se julgo que alguém tem dinheiro, dele também não tenho inveja. Nesse ponto, muito agradeço a Deus por ser assim.
     O certo é que trato todos do mesmo jeito, tanto faz ser rico quanto pobre. Se dei resposta malcriada àquela mulher, sequer sabia se ela era pobre ou rica — coisa que até hoje não sei. Mas ela, de início me criticou, procurou briga dizendo que eu tinha uma extrema falta de criatividade. Respondi que podia não ter criatividade, mas não escrevia tão ruim quanto ela. Como volta, ela fez várias textos me ofendendo. Aí eu pergunto: ela é mesmo a santa da história? Mas, o bom é que apareceu um justiceiro. Um tal que se diz "casca grossa". E como casca grossa que se julga, tomou as dores da senhora. E daí por diante começou a me ofender e perseguir. Tem gente que é assim, compra a briga dos outros como forma de descarregar todo azedume que tem dentro do coração. Por falar em azedume, acho que tenho no mínimo uns dezoito anos a menos que ele, mas quando chegar à velhice avançada não quero ter tanto veneno dentro de mim.
       Acredito até que o meu texto, dirigido àquela mulher, foi mostrado por ele a um monte de gente. Só que um erro não justifica outro. Trazer coisas do passado para justificar um comportamento agressivo e invejoso é simplesmente ridículo.
      Mas, não vou me abater por causa de julgamento dos outros. E digo mais: de minha parte, se tivesse um coração tão ruim, a ponto de maltratar e fazer o mal a qualquer pobre, ou até mesmo a um rico, minha vergonha seria grande. Pelo contrário, sempre ajudei muito as pessoas, principalmente os pobres. E por eles, travei terríveis e medonhas batalhas. Isso é o que eu chamo de valentia, de alguém que tem uma história e não um palavreado cheio de embustes.
      Não vou dar importância também às ofensas de alguns — danem-se, senhores. Tenho minha consciência tranquila. E não vai ser ninguém que vai me condenar, porque aquele que sonda e conhece o coração de cada um  é Deus. Só ele pode proferir julgamentos a respeito das pessoas: ninguém mais. Porque nos pecados e nas falhas, somos todos feitos do mesmo barro. Por isso que a Bíblia já diz: "Não julgueis para não serdes julgados".

P.S - Esse foi meu último texto no Recanto das Letras. Não vale mais a pena permanecer por aqui e perder a paz por causa de coisas mesquinhas. De repente, tantos textos desnecessários já não têm importância alguma. A vida é muito mais importante e muito mais grandiosa do que aqueles que procuram destruir a gente.
      Mas, que fique registrado aqui a minha opinião: o talento de escrever bem não é coisa adquirida, nem tão pouco coisa que se adquire através de troca de elogios: é coisa que vem do berço. É talento natural e como talento natural só depende de aperfeiçoamento.
      Entretanto, ainda vai ser por causa de gente que não escreve bons textos e que só cria polêmica e confusão, que esse recanto vai ficar meio vazio e desinteressante. Isso ainda não aconteceu, mas pode acontecer no futuro. Se não houver a interferência de um verdadeiro moderador para não deixar passar textos ofensivos, a tendência é essa. Porque por aqui, tudo que não fosse arte ou bonito, devia ter o crivo de uma censura.
      Mas, tudo bem. Por enquanto a gente só vai mantendo esse espaço com o nosso dinheiro. E ao contribuir com dinheiro, já não somos donos de nada, porque quem cria polêmicas também regula até o jeito das pessoas escreverem. Isso aqui se não tinha, já tem dono.
 
JOTA SANTIAGO
Enviado por JOTA SANTIAGO em 16/05/2020
Reeditado em 16/05/2020
Código do texto: T6949088
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