Faltou tinta na caneta, será?
        
        Alguém, por não me conhecer, escreveu um texto dizendo que na minha caneta faltou tinta. Não, cidadão, na minha caneta nunca faltará tinta. Você precisaria me conhecer melhor. Se quer saber, sou pau de dar em doido e não tenho medo de nada e de ninguém. Mas, ainda assim, gosto de guardar silêncio diante de certas situações. Quem fala demais dá bom dia a cavalo, já diz o ditado. Por isso, melhor ficar calado enquanto a gente pode.
         Nada mais precioso que o silêncio, porque se a gente fala demais e ofende demais, Deus pode botar reparo em tanta valentia. Primeiro porque falando demais, sem necessidade alguma, eu podia azedar o ambiente deste recanto; depois, podia ofender, mesmo sem querer, pessoas que não têm nada a ver com as minhas pendengas.
       Da primeira vez, mostrei-me muito zangado e parti para o ataque. Depois, ponderei melhor. Mas, se parti para o ataque na primeira vez, era porque estava coberto de razão. E não vai ser nem uma nem quinhentas pessoas, que vão tirar minha razão.
            Se fiquei calado, foi por prudência. Porque ninguém, absolutamente ninguém me amedronta. Mas, quem é corajoso, não precisa de exibições, já que existe uma linha muito tênue entre o bom senso e a coragem. Por isso, quando vi que tinha ido longe demais, calei-me. O motivo? É que lamentei profundamente ter sido mal educado, a ponto de ofender, por tabela, quem nada tinha a ver com a história. Em certas horas, melhor dar dois passos para trás.
         Considero esse espaço, como um lugar que não deve ser profanado com textos ruins. Já fui professor de português e sei perfeitamente que a boa redação deve inspirar bons sentimentos, ao tempo em que nos remete a reflexões bem mais altaneiras. A boa redação se distancia de críticas, de termos depreciativos e de ofensas.
        Como não tivesse textos relevantes a escrever, calei-me. Mas, não por covardia. E sobre escrever ou deixar de escrever, é bom lembrar que ninguém, por mais que o queira, pode tornar-se maior do que é, só porque  escreve alguns textos, que nem construtivos são. Pois, cada um é exatamente do tamanho que Deus o fez. Sabendo disso, de nada adianta alguém se valer de textos megalomaníacos ou de pessoas, na tentativa de galgar maior tamanho.
        De tudo, posso dizer que não comecei essa briga. Se um sujeito, sem motivo algum, chama a gente de pedante e de frustrado, ele merece resposta. E uma resposta muito forte.
    Para ele digo ainda mais: quem não me conhece, não me ofende. Não adianta se fazer de vítima, insinuando que eu gosto de pisar nos mais humildes. Isso é uma grande bobagem. Não me ocupo dessas coisas, absolutamente. Quem me conhece, sabe — eis aí uma acusação sem fundamento algum. Meu perfil é bem outro: sou amigo dos humildes —  e muito. Além do mais, gosto de ajudá-los. Mas, comigo tem uma coisa: quando um cabra é metido a bacana eu gosto de pisar no rabo dele, só pra ver o que acontece.
     Se quer saber, cidadão, tem muita gente que pousa de herói. Mas isso só nos mundos virtuais (e esse aqui é um deles). Queria ver essas pessoas mostrando o que realmente são na vida real, deixando cair por terra toda fantasia e enganação. Queria ver que sonhos elas engendraram e que trabalho realizaram, tanto em proveito próprio quanto em proveito dos outros. Em resumo: queria ver ações, resultados e não palavras soltas ao vento.
JOTA SANTIAGO
Enviado por JOTA SANTIAGO em 18/04/2020
Reeditado em 18/04/2020
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