MAIONESE DE DOMINGO

Dez horas de uma linda manhã de domingo. O sol já não tão forte indica o inicio do outono. Maria Clara inicia os preparativos para o almoço, quando as lembranças de outras manhãs de domingo lhe enchem a mente.

A saudades lhe umedece os olhos e enternece o coração, quando recorda o passado, onde a companhia alegre do marido e o alarido das crianças, tomava conta da casa.

Olha em volta e se sente só. O marido morto e os filhos casados, torna inevitável o vazio, a solidão. Mas a necessidade de fazer a refeição é imperiosa. Inicia o almoço, com o cardápio preferido pela família na época, salada de maionese. Maria Clara percebe que tem apenas um prato sobre a mesa.

Mais uma vez lembra de um tempo saudoso com os filhos em sua volta, a risada do marido, a mesa posta e o fogão cheio de panelas.

Constata então, como a vida tem suas fases, como inicia e como encerra, mas que é nesse intervalo que vivemos o esplendor de nossa existência, as vezes silenciosa.

Mais uma vez Maria Clara lembra a algazarra das crianças na velha cozinha de madeira azul.

Ainda sob o efeito dessas lembranças retorna para sua maionese dominical..

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 05/04/2020
Reeditado em 05/04/2020
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