MAIONESE DE DOMINGO
Dez horas de uma linda manhã de domingo. O sol já não tão forte indica o inicio do outono. Maria Clara inicia os preparativos para o almoço, quando as lembranças de outras manhãs de domingo lhe enchem a mente.
A saudades lhe umedece os olhos e enternece o coração, quando recorda o passado, onde a companhia alegre do marido e o alarido das crianças, tomava conta da casa.
Olha em volta e se sente só. O marido morto e os filhos casados, torna inevitável o vazio, a solidão. Mas a necessidade de fazer a refeição é imperiosa. Inicia o almoço, com o cardápio preferido pela família na época, salada de maionese. Maria Clara percebe que tem apenas um prato sobre a mesa.
Mais uma vez lembra de um tempo saudoso com os filhos em sua volta, a risada do marido, a mesa posta e o fogão cheio de panelas.
Constata então, como a vida tem suas fases, como inicia e como encerra, mas que é nesse intervalo que vivemos o esplendor de nossa existência, as vezes silenciosa.
Mais uma vez Maria Clara lembra a algazarra das crianças na velha cozinha de madeira azul.
Ainda sob o efeito dessas lembranças retorna para sua maionese dominical..