A Última de Bolsonaro (até o presente momento)

Assim da mesma forma que o presidente participou das manifestações a favor de seu governo, apertando as mãos de admiradores como se não existisse uma pandemia no mundo, desta vez o presidente desafiou mais uma vez as estatísticas e saiu como se não houvesse nada.

Com a justificativa de verificar as necessidades da população e conhecer suas angústias, Bolsonaro fez o que sabe de melhor: interagiu com populares, tirou selfies com algumas pessoas e novamente realizou suas declarações sem base científica. Mostrou ao povo que embora tenham prudência com a pandemia, devem enfrentar a situação como homem e não como moleques.

As ações de perceber o momento exato de movimentar a economia, para isso o governo deve se atentar para a saúde da população e tendo a consciência de que o país não deve ser paralisado eternamente. Haverá um momento certo para isso, basta o presidente não ser estabanado em suas declarações e delegar as ações a quem conhece do assunto. O combate ao coronavírus com o Ministro da Saúde e a economia do país com o Ministro da Economia. Cada um no seu quadrado.

Novamente o presidente da república age de maneira irresponsável, minimizando a pandemia e deixando para a sociedade, um sinal totalmente oposto ao que os demais países transmitem a sua população. Ainda bem que a visão do povo brasileiro não se contaminou com tamanha sandice. A sensatez dos governadores brasileiros diante da pandemia, confronta-se com a postura negligente do capitão e constrange sua equipe do Ministério da Saúde, no qual Mandetta adverte sobre os riscos nocivos do coronavírus, embora tenham acontecido declarações contraditórias do próprio ministro apoiando a atitude do presidente.

“Hoje é domingo, tem pouca gente na rua. Agora, eu não marquei nada em lugar nenhum. Foi tudo de forma inopinada. Vamos lá. Entra aqui, para aqui, já 'tava o povo lá dentro. Eu não juntei ninguém. 'Ah, junta aí, vamos fazer um oba-oba'. Nada disso. Fui reconhecido. Não teve nenhum grito por parte da população." Entendemos a preocupação do presidente em não contribuir com a aglomeração do povo naquele momento, o fato de pessoas se reunirem em um determinado local não tem problema algum, porém quando um vírus altamente contagioso assola a humanidade, o dever de cada cidadão é evitar a qualquer custo a proliferação desta enfermidade, basta o presidente praticar o exemplo de outros presidentes ao redor do mundo: evitar qualquer atitude equivocada de se aproximar das pessoas nesse momento. Declarações desta gravidade demonstram o total desconhecimento da realidade, a maior contribuição de um presidente é apoiar o isolamento social ao invés de justificar sua presença naquele local.

Tudo leva a crer que Bolsonaro faz uma aposta gigantesca em sua tese, confrontando a imensa opinião dos governadores quanto a necessidade do isolamento social, sua intuição é que a economia padecerá rapidamente caso a população não retorne ao trabalho. Seria o melhor cenário caso o coronavírus não fosse o que realmente é, perigoso, cruel e fatal, vociferando palavras contundentes aos seus desafetos políticos, o presidente Bolsonaro equilibra-se entre o demagogo e o mito, alcunha que hoje em dia parece não haver significado algum.

Aguardamos o término deste isolamento social com esperança e fé na diminuição dos efeitos do contágio do coronavírus, onde podemos finalmente nos abraçar e aprender com essa experiência inacreditável. O exemplo deve ser adotado pelo posto mais alto da nossa república, infelizmente a estultícia impera no mandatário da nação para desespero dos seus admiradores.

Luis Profeta
Enviado por Luis Profeta em 30/03/2020
Reeditado em 30/03/2020
Código do texto: T6901538
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