Coronavírus

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Em tempos de coronavírus, vamos lembrar do grande médico sanitarista Oswaldo Cruz? Ele lutou com bravura para dissociar o Rio de Janeiro da expressão "túmulo dos estrangeiros", devido à febre amarela, peste bubônica e varíola - epidemias que estabeleceram na cidade um verdadeiro caos social.

Quem já ouviu falar da "revolta da vacina" sabe que ele foi caluniado pela imprensa e teve muitas dificuldades com a população, tendo que tornar a vacina obrigatória, gerando a revolta. Ele foi tão repelido e ridicularizado que as mães ameaçavam seus filhos malcriados, dizendo que iam chamar o Dr. Oswaldo Cruz, caso eles não se comportassem.

Hoje, tudo isto é passado mas podemos ver muito bem quem estava com a razão e como é importante seguir as recomendações de autoridades em saúde. E no caso do coronavírus, infelizmente presente entre nós, a OMS aponta o isolamento social como sendo a melhor estratégia no momento para conter a expansão do vírus.

Mas como poderemos permanecer em casa? Compete ao governo recorrer a fundos de emergência e até desviar verbas para viabilizar essa necessidade absoluta de quarentena da população, evitando que grande parte dela seja dizimada ou sabe-se lá o que de mais bárbaro pode ocorrer, como consequências desastrosas que impliquem, por exemplo, assassinatos ou expulsões de moradores contaminados das comunidades. Sem o apoio do governo, é óbvio que a população vai retomar seus compromissos, retornando às ruas. Quem vai cruzar os braços diante da fome?

Realmente, em outras fases da História, medidas tão drásticas não ocorreram em momentos de pandemia. Eram outros tempos, em que a comunicação era restrita por falta de tecnologia; e a pesquisa, se havia, não era com velocidade, em padrões de know-how sofisticados, como acontece hoje.

Enfim, é preciso respeitar o conhecimento do profissional de saúde e fazer dele um grande aliado em um momento delicado como este. É uma responsabilidade muito grande passar por cima de autoridades em saúde, tratando a covid-19 como uma doencinha comum.

Eu, na minha impotência, aos 62 e hipertensa, não posso fazer quase nada. Obediente aos médicos, estou de mãos lavadas mas, infelizmente, atadas.